PAGAMENTOS

Taxa de rejeição do Pix é de 7% e deve cair, diz Campos Neto

Segundo o BC, boa parte da taxa diz respeito a transações que não foram liquidadas por conta de dados inconsistentes. Nos sistemas de TED e DOC, a taxa é de 5%

Marina Barbosa
postado em 18/11/2020 11:46 / atualizado em 18/11/2020 11:46
 (crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)
(crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, informou que a taxa de rejeição do Pix está girando em torno de 6,5% e 7%. Para ele, é uma taxa que deve cair à medida que os brasileiros se acostumarem a fazer um Pix e que não reduz o sucesso dos primeiros dias de funcionamento pleno do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro.

De acordo com o Banco Central, o Pix movimentou mais de R$ 1 bilhão e não apresentou instabilidades nessa terça-feira (17/11), no segundo dia de operação plena do sistema. Por isso, apenas as transações que apresentaram inconsistências de dados não foram realizadas. É o caso, por exemplo, das pessoas que digitaram algum número errado da conta do recebedor ou passaram muito tempo com o sistema aberto, o que faz o aplicativo bancário cair.

"A máquina de liquidação que fica no Banco Central não apresentou nenhum tipo de instabilidade. Funcionou muito bem e tem capacidade de absorver muito mais operações do que é feito hoje. (...) A segunda parte é o encontro de dados. É nessa parte em que, às vezes, tem alguns problemas", afirmou Roberto Campos Neto nesta quarta-feira (18/11), em evento do Itaú BBA.

Ele acrescentou ainda que a taxa de rejeição do Pix, que considera essas transações incompletas, foi de 9% na segunda-feira (16/11), ficou entre 6,5% e 7% nessa terça-feira (17/11) e deve voltar cair à medida que os usuários se habituarem ao Pix e passarem a usar o sistema. "As rejeições que estão acontecendo basicamente são de pessoas que não têm chave e estão pagando para quem não tem chave. Para quem tem, o processo está muito melhor e muito mais rápido", reforçou.

A chave Pix é o meio de identificação de uma conta no sistema de pagamentos instantâneos. Pode ser o CPF/CNPJ, o celular e o e-mail do titular da conta ou uma chave aleatória. Com a chave, o pagador não precisa digitar os dados bancários do recebedor do pagamento, só precisa informar a chave Pix, o que reduz a chance de preenchimentos equivocados. Hoje, já são 73,9 milhões de chaves Pix, de 31 milhões de consumidores e 1,8 milhão de empresas. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) acredita, por sua vez, que esse número ainda pode dobrar.

Otimismo

O presidente do Banco Central ainda disse que, considerando o volume de transações que já vêm sendo realizadas no Pix, a taxa de consistência é baixa. Ele acrescentou que a taxa é só um pouco maior que a do sistema de TED e DOC, que é usado há anos pelos brasileiros e hoje tem uma taxa de rejeição média de 5%. Por isso, garantiu que o Pix continua surpreendendo positivamente.

"Temos visto um número grande de operações. Ontem (terça-feira), foram quase dois milhões de operações. Obviamente, qualquer sistema desse porte que começa tem alguns ajustes a serem feitos no processo inicial. (...) O processo vai avançar bastante nos próximos dias e os problemas no encontro de dados tendem a melhorar à medida que as pessoas usem mais as chaves", afirmou Campos Neto. Ele frisou que o BC segue em monitoramento constante no Pix, apesar do otimismo.

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