Pagamentos

Bancos garantem a segurança dos pagamentos pelo Pix

Consumidores ainda têm dúvidas sobre os riscos de fazer as transações, mas cuidados são os mesmos que os tomados em relação a cartões e senhas

Marina Barbosa
Israel Medeiros*
postado em 15/11/2020 07:00
 (crédito: : Wanderlei Pozzembom/CB/D.A Press)
(crédito: : Wanderlei Pozzembom/CB/D.A Press)

A expectativa em torno do Pix é grande, mas as dúvidas, também. Como ocorreu no lançamento do cheque, do DOC, da TED e dos cartões, muitos consumidores têm receio em relação à segurança dos pagamentos instantâneos. Porém, os bancos garantem que o sistema é seguro e está pronto para operar.


“Os bancos estão bem preparados para dar vazão ao início das transações do Pix, bem como para corrigir eventuais problemas pontuais que possam ocorrer, o que é natural em qualquer grande processo de inovação tecnológica”, assegura o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney. “Segurança é uma preocupação permanente dos bancos e, no caso do Pix, estamos bastante vigilantes”, completa o diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain.


O diretor do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, acrescenta que não há risco de os sistemas ficarem instáveis, como ocorreu no primeiro dia de registro das chaves Pix. Isso porque os bancos estão transacionando no Pix em uma fase restrita, desde o último dia 3, e, por isso, já fizeram os ajustes que se mostraram necessários no sistema.


A fase de operação restrita do Pix contou com a participação de 1% a 5% dos clientes de cada instituição financeira, para que os bancos pudessem observar o funcionamento e corrigir possíveis inconsistências nos sistemas do Pix. Porém, segundo o BC, o período de adaptação foi um sucesso. Tanto que R$ 659 milhões foram movimentados em 1,5 milhão de transações pelo Pix. Os números foram crescendo dia após dia. Só na última sexta-feira, foram transacionados R$ 334,5 milhões em 675 mil transações, quase tudo que foi movimentado nos 15 dias anteriores no Pix.


Ainda assim, os bancos monitorarão de perto o início dos pagamentos instantâneos para evitar quaisquer contratempos. As instituições alertam que o Pix é um meio de pagamento como outro qualquer. Por isso, requer os mesmos cuidados que são necessários, hoje, com o cartão e a conta do banco. “Você não entrega os dados do seu cartão ou a senha da sua conta para ninguém. É a mesma coisa”, diz o diretor de Meios de Pagamento do Banco do Brasil, Edson Costa.


Também não se deve clicar em links ou e-mails estranhos, pois muitos fraudadores dispararam páginas falsas de cadastro no Pix para tentar roubar os dados bancários dos consumidores. A recomendação é de, então, sempre usar o ambiente digital do seu banco para fazer um Pix, bem como para cadastrar a chave Pix. Ou seja, fazer um pagamento instantâneo só depois de acessar o aplicativo do banco, que tem seu próprio sistema de segurança.


Se, ainda assim, sentir-se inseguro, o consumidor deve começar aos poucos e ir ampliando o uso do Pix à medida que ficar mais à vontade, segundo analistas. O educador financeiro Reinaldo Domingos diz que também é preciso ter cada vez mais controle do dinheiro que está na conta. Isso porque o pagamento é instantâneo — ou seja, será debitado na hora do saldo bancário — e algumas instituições financeiras estão atrelando serviços de crédito ao Pix, como o cheque especial, para garantir que um cliente não deixe de fazer o pagamento instantâneo por falta de saldo. “Você não paga as transações, mas fica descapitalizado de imediato e está mais propenso a se endividar”, alertou Domingos, lembrando que os cheques especiais cobram juros altos.

*Estagiário sob a supervisão de Simone Kafruni

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