Com o início da retomada econômica e a popularização das compras remotas, os pagamentos por cartão de crédito ou débito voltaram a ganhar força. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões (Abecs), o setor chegou a cair 15% em abril, no auge da pandemia de covid-19. Porém, retomou o patamar pré-crise e apresentou um crescimento de 10% no terceiro trimestre do ano.
Dados divulgados nesta terça-feira (10/11) pela Abecs mostram a movimentação de R$ 538,2 bilhões no período, crescimento de 16,7% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 25% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Para fins de comparação, contudo, a Abecs prefere trabalhar com um montante de R$ 506,3 bilhões, que aponta para uma alta de 10% da indústria de cartões na comparação anual.
Presidente da Abecs, Pedro Coutinho explicou que R$ 31,9 bilhões do que foi transacionado no terceiro trimestre partiram do auxílio emergencial. E disse que o setor decidiu não considerar esse valor na série histórica por ser temporário.
"A gente entende que esse volume termina no fim do ano, pelo que está dito pelo governo. Mas, as pessoas que foram digitalizadas e bancarizadas que estão recebendo o auxílio emergencial, e passaram a ter outra renda, imagino que não devem sair desse modelo de compras porque o mundo digital facilita a vida delas", explicou.
Retomada em V
No acumulado do ano, o crescimento do setor é de 5,4%, pois transacionou R$ 1,38 trilhão entre janeiro e setembro. Para a Abecs, os dados mostram uma retomada em V da indústria dos cartões, após o impacto no início da pandemia.
Já as compras remotas cresceram 49,3% no terceiro trimestre, totalizando R$ 126,2 bilhões. No acumulado do ano, a ferramenta movimentou R$ 306,9 bilhões – 31,4% a mais que no mesmo período do ano passado e quase 22% de tudo que foi pago por meio de cartões no Brasil neste ano.
"Houve uma disparada de 62% em julho e depois estabilizou em 42%, mas acho que esse número vai voltar a subir com a Black Friday e o Natal", comentou.
Outra ferramenta que ganhou força na pandemia, segundo a Abecs, foi o pagamento por aproximação, que permite comprar presencialmente sem introduzir o cartão na maquininha. Disparou 478% neste ano, somando R$ 22,7 bilhões. Por isso, já se estuda aumentar o limite desta modalidade, hoje de R$ 100.
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