Nesta quarta-feira (28/10) Ibovespa fechou com queda de 4,25% aos 95.368 pontos. Já nesta manhã a bolsa caiu 3% e o dólar chegou a bater em R$5,79, mas reduziu o preço após venda da moeda realizada pelo Banco Central (BC). Ao fim do dia a moeda norte-americana fechou com um aumento de 1,43% a R$5,7620 na compra e a R$5,7630 na venda.
Marco Harbich, estrategista da Terra Investimentos, explica que a ação do Banco Central se trata de um contrato swap, no qual o BC começa a vender o dólar para aumentar a liquidez e diminuir o preço de cotação. O especialista elenca alguns fatores da queda na bolsa de valores esta semana.
“Não é um problema apenas no Brasil a volatilidade da bolsa, é um problema no mundo inteiro. E isso ocorre primeiro devido ao aumento de casos da covid-19 nos Estados Unidos e na Europa, e a dúvida que isso suscita de como esse aumento vai impactar a economia. Ou seja, não sabemos se haverá novas medidas de restrições e como elas vão afetar o setor de vendas de alimentos, como bares e restaurantes, e o setor de serviços”, pontua Harbich.
No mundo, há 44 milhões de casos confirmados do novo coronavírus, segundo o monitoramento feito pela universidade norte-americana Johns Hopkins. Apenas os Estados Unidos, em sete dias, contabilizaram 500 mil novos casos. O número de mortes no planeta, desde o início da pandemia, já ultrapassa a marca de 1,1 milhão.
Somado ao aumento de número de casos, os EUA enfrentam impasse referente à liberação do estímulo fiscal. Harbich também cita o aumento da dívida pública do país como um agravante do cenário de instabilidade do mercado financeiro. O país também apresentou queda em índice da bolsa de valores, a Dow Jones fechou com perda de 3,43%; a pior queda desde junho, o S&P500 caiu 3,53%; e o Nasdaq teve queda de 3,73%.
Lockdown
Gabriela Hoffman, economista da Messem Investimentos, também destaca os impactos políticos e financeiros da covid-19 nas principais economias mundiais. Ela cita as medidas de restrição em alguns países, como a Alemanha, que fez acordo para lockdown parcial. A França decretou lockdown em todo o país de sexta-feira (30/10) a 1° de dezembro.
A especialista ressalta, no entanto, que o atual momento é diferente do início da pandemia. As pessoas estão mais habituadas a medidas de restrição, há pesquisas avançadas de diferentes vacinas. “Falando em nível de preparação de pessoas e economicamente também, estamos em um situação diferente de março, porque já sabemos mais do vírus e estamos mais preparados”, finaliza.
*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza