Dados de Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta terça-feira (27/10) aponta para aumento de 3,7 pontos na confiança do setor, totalizando 95,2 pontos. Esta é a maior pontuação do ICST desde março de 2014, quando o índice marcou 96,3 pontos.
Para Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), isso ocorre em razão de um ambiente de negócios mais favorável do que no começo do isolamento social. “Enquanto o mercado imobiliário está sendo impulsionado pelas taxas de juros em níveis historicamente baixos, a infraestrutura se beneficia dos investimentos das prefeituras e das recentes mudanças regulatórias”, pontua.
Já o Índice de Situação Atual marca 91,5 pontos. Este índice é avaliado pela pontuação e quanto maiores forem esses indicadores, maior é a percepção positiva do mercado de construção a respeito do momento atual. Além disso, as expectativas do setor chegaram a 99,1 pontos. Em abril e maio, começo da pandemia, o setor chegou a 65 pontos e 68 pontos, respectivamente, no Índice de Confiança. No período, as expectativas também estavam baixas: de 59,9, em abril, e 69,7, em maio.
Escassez
No entanto, apesar de crescimento no Índice de Confiança, a escassez e o custo de materiais passaram a ser a nova preocupação dos empresários. Segundo a pesquisa, o setor apontou como principal limitação para melhoria dos negócios o custo da matéria prima, aliado à escassez de materiais.
Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, diz que o aumento da confiança do setor ocorre em parte devido a situação do mercado. “O mercado de construção é um setor que vem sofrendo muito, mas tenta se recuperar. Continuamente afetado pelas altas taxas de juros, ele agora encontra um ambiente mais favorável, já que este ano a taxa de juros caiu e a expectativa em torno do setor imobiliário era alta”, diz.
Para o especialista, o custo do financiamento mais baixo, as taxas de juros reduzidos e as possibilidades de financiamento são os fatores que estão ajudando a retomada da confiança. “O aumento da confiança pode atrair os investidores. O setor possui uma demanda reprimida, mas agora com o ambiente mais aberto a retomada. O índice de participação dos empresários melhorou o aumento dos custos”, explica.
Custo de construção
De acordo com pesquisa da Fundação Getulio Vargas, o Índice Nacional de Custo de Construção — M (INCC-M) voltou a aumentar este mês de outubro; em setembro, o índice registrou taxa de 1,15%, neste mês, subiu 1,69%. O INCC já acumula alta de 6,34% em 2020. O índice referente à mão de obra passou de 0,06%, em setembro, para 0,19%, em outubro. Além disso, a taxa relativa a materiais, equipamentos e serviços passou de 2,40%, em setembro, para 3,37% neste mês. O acumulado deste ano já marca 11,20%.
*Estagiários sob a supervisão de Andreia Castro