O Ibovespa tem terceira queda consecutiva nesta terça-feira (27/10), e perde os 100 mil pontos alcançados na última semana, quando atingiu 102 mil pontos na quinta-feira (22). Com o resultado, a Bolsa acumula no ano uma queda de 13,87%. O recuo desta terça-feira foi de 1,4%, com o índice marcando 99.605 pontos e um volume financeiro negociado de R$ 24.105 bilhões.
Já o dólar comercial subiu 1,25% e foi para R$ 5,681, na compra, e a R$ 5,682, na venda, o maior patamar de fechamento desde 20 de maio. Uma das razões para a instabilidade do mercado financeiro são as eleições dos Estados Unidos e o aumento de casos do novo coronavírus nos EUA e na Europa.
Gabriela Hoffman, economista da Messem Investimentos, explica que a última semana representou uma semana positiva para o Ibovespa e que as quedas, de quinta-feira até esta terça, representam um “reflexo do pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos. Existia uma expectativa de que eles pudessem ser aprovados antes das eleições, o que era super positivo, porque teríamos estímulos melhores em uma economia que é a maior do mundo e que impacta todas as outras economias e países. No entanto, como as previsões são de que esse pacote não seja aprovado até as eleições que vão acontecer na próxima semana, o mercado tem refletido isso. Outro agravante é o aumento dos casos de covid-19 nos Estados Unidos e na Europa”, pontua.
Cautela
A especialista esclarece que esse ambiente faz com que o mercado financeiro caminhe com cautela, o que justifica também o aumento do dólar. “Além da situação do mercado externo, na quarta-feira (28/10) haverá manutenção da taxa Selic e quando isso acontece existe uma fuga de capital, porque os investimentos no Brasil acabam pagando menos. No país também temos a questão de um pacote de incentivo social e reforma fiscal que estava para acontecer e não foi definida, mas postergada para depois das eleições de prefeitos e vereadores. Isso gera um ambiente de insegurança no mercado interno”.
Para a economista, as projeções de uma estabilidade do mercado ocorrerão quando a crise for resolvida. “Temos de plano de fundo a crise do coronavírus, que é uma crise que não tem como mensurar, não há como dizer quando vai acabar. Embora haja as possibilidades da vacina, isso depende da saída dela e que se possa projetar um início de vacinação. Apenas assim teremos uma estabilidade maior e um planejamento melhor a nível de governo e empresas”, finaliza.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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