A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê crescimento de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, no terceiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, devido à forte recuperação da economia entre julho e setembro. O PIB industrial deve crescer 10% nessa mesma comparação. A retomada da indústria, porém, não será capaz de reverter a queda anual na quantidade de bens e serviços produzidos no país, que terminará o ano com retração de 4,2%
Os dados constam do Informe Conjuntural da CNI, divulgado ontem pela entidade. A previsão para o PIB industrial é de queda de 4,1%. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explicou que a recuperação da crise está sendo rápida, mas que não se pode confundir recuperação dos efeitos da crise provocada pela pandemia da covid-19 com retomada do crescimento econômico.
Para ele, o crescimento acima do patamar pré-covid não está garantido. “A redução progressiva dos estímulos fiscais do período da pandemia tornará visível as barreiras estruturais que o país enfrenta. Sem avanços na agenda de reformas, em especial da tributária, a economia brasileira não sairá da armadilha da renda média”, disse.
Emprego
Conforme a CNI, quando foi atingida pela pandemia, a economia brasileira ainda não tinha reencontrado o caminho do crescimento e acumulava queda de mais de 6% em dois anos, 2015 e 2016, registrando expansão pouco superior a 1% nos anos seguintes. A produção industrial está estagnada desde 2010. Porém, os últimos meses deste ano devem mostrar trajetória de recuperação da produção e do emprego no setor.
A expectativa é de que o segundo semestre mostre retomada do emprego até novembro. “Dezembro normalmente registra saldo líquido negativo de empregos, o que vai fazer com que o resultado anual de postos de trabalho com carteira assinada não se afaste muito do resultado acumulado até agosto, de cerca de 850 mil vagas fechadas”, projeta o estudo da CNI.
O retorno de parte mais expressiva da população à força de trabalho, com mais trabalhadores à procura de uma vaga, deve fazer com que a taxa de desemprego suba. Apesar disso, a CNI estima que mais pessoas consigam se reinserir no mercado de trabalho, e calcula que a taxa média de desocupação fique em 13,5%, em 2020, 1,6 ponto percentual acima do registrado em 2019, quando alcançou 11,9% da força de trabalho.