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Amauri Segalla amaurisegalla@diariosassociados.com.br

 “Mesmo empresas jovens, supostamente mais sintonizadas com os novos tempos, erram feio ao debater diversidade racial”



A derrapada do Nubank

A lamentável declaração de Cristina Junqueira, fundadora do Nubank, no programa Roda Viva, mostra que mesmo empresas jovens, supostamente mais sintonizadas com os novos tempos, erram feio ao debater diversidade racial. Cristina disse que “não dá para nivelar por baixo”, referindo-se à dificuldade para recrutar funcionários negros qualificados. Como era de se esperar, a frase da executiva gerou uma onda de indignação nas redes sociais. Pressionada, Cristina teve de pedir desculpas. Agora, resta saber se o episódio provocará danos à empresa. O Nubank é uma das fintechs que mais crescem no Brasil, especialmente junto ao público de pouca idade — o mesmo que foi ao Twitter reclamar da posição da sócia do banco. Warren Buffett, o lendário investidor americano, tem uma frase que deve ser sempre lembrada pelos empresários: “As companhias levam 20 anos para construir uma reputação e cinco minutos para destruí-la.”

 

Vacina é importante para a retomada das empresas
A guerra da vacina não vai acabar bem. Quem diz isso é um empresário paulista do ramo de shoppings. “No Brasil, politiza-se até a imunização da população”, afirma o empresário. “O jogo de nossos representantes públicos é abominável.” Ele dá um exemplo que reforça a necessidade da vacina — e quanto mais cedo, melhor. “Na minha companhia, 15% da força de trabalho está no grupo de risco. Não posso obrigar essa turma a voltar ao escritório enquanto a proteção definitiva não sair.”

 

Brasileiros querem investir no exterior
Os investidores brasileiros estão atentos a oportunidades no exterior. É isso o que mostra uma pesquisa realizada pela XP com 48 mil clientes. De acordo com o estudo, 85% deles mostraram disposição para investir até 25% do patrimônio no mercado internacional. Gigantes de tecnologia como Alphabet (dona do Google), Amazon, Apple, Facebook, Microsoft e Tesla são as empresas mais cobiçadas, atraindo o interesse de 86% dos entrevistados.

 

Comércio eletrônico não dá trégua
A reabertura de lojas não foi suficiente para frear o ímpeto do comércio eletrônico brasileiro. Segundo pesquisa da empresa de inteligência de mercado Neotrust/Compre&Confie, o varejo digital faturou R$ 33,4 bilhões no terceiro trimestre, o que corresponde a uma alta de 85,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço explosivo traz novos desafios. Em sites como o Reclame Aqui, são crescentes as reclamações de clientes que não receberam os produtos encomendados.

 

R$ 119,8 bilhões
Foi a soma da arrecadação federal em setembro, alta de 1,97% na comparação com o mesmo mês de 2019. Foi o segundo resultado positivo seguido, depois de seis meses de retração.

 

“Os dados falam mais alto do que as emoções”
Sean Rad, fundador do Tinder

 

Rapidinhas
• A Gerdau assinou um convênio que prevê o repasse de R$ 260 mil à Polícia Militar de Minas Gerais. Segundo a empresa, os recursos serão destinados para a modernização do sistema de comunicação do 31º Batalhão no município de Conselheiro Lafaiete, o que permitirá a conversão da rede de rádio analógica para o sistema digital.


• O setor de beleza e cuidados pessoais passou ileso pela crise. Desde abril, as vendas de produtos nutracêuticos (um tipo de suplemento alimentar) da Amakha Paris cresceram, em média, 47% ao mês. A empresa atua no mercado de vendas diretas com um exército de 1,3 milhão de consultores que trabalham com um portfólio de 500 produtos.


• Há muito tempo, o setor industrial não demonstrava tanto otimismo com o país. Na prévia de outubro, o Índice de Confiança da Indústria medido pela Fundação Getulio Vargas chegou a 100,7 pontos, o maior patamar desde abril de 2011, quando marcou 111,6 pontos. O resultado consolidado de outubro será divulgado no próximo dia 28.


• Os criminosos digitais nunca estiverem tão ativos quanto na pandemia. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a tentativa de roubo de dados bancários disparou 80% na crise do novo coronavírus. O Brasil é um dos campeões mundiais desse tipo de crime, à frente até de nações mais populosas, como a China.