A produção industrial brasileira cresceu 3,2% em agosto, no quarto mês consecutivo de recuperação. Porém, ainda não conseguiu recuperar todas as perdas sofridas na pandemia de covid-19. Por isso, ainda acumula uma retração de 8,6% no ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, a alta de 3,2% de agosto foi para todas as grandes categorias econômicas e em 16 dos 26 ramos pesquisados. O destaque foi a produção de veículos, que apresentou uma recuperação de 19,2% em agosto e puxou para cima a de bens de consumo duráveis (18,5%), após a forte desaceleração sofrida no início da pandemia.
Desaceleração da recuperação
O resultado de agosto, contudo, também revela uma desaceleração no ritmo de recuperação da indústria. É que a produção industrial brasileira desabou 9,3% e 19,5% em março e abril, respectivamente, devido ao choque do novo coronavírus. Porém, havia apresentado reações de 8,7% em maio, 9,7% em junho e 8,3% em julho. E, em agosto, cresceu apenas 3,2%. Esta desaceleração era esperada pelo mercado.
Por isso, o setor ainda não conseguiu reverter as perdas de 27% acumuladas no início da pandemia. Segundo o IBGE, a produção industrial está 2,6% abaixo do patamar de fevereiro, período pré-pandemia, e acumula uma retração de 8,6% no ano. Nos últimos 12 meses, a queda é de 5,7%. É que, comparando o resultado de agosto com o do mesmo mês do ano passado, o saldo também é negativo em 2,7%, o 10º resultado negativo nessa base comparação.
Gerente da PIM, André Macedo avaliou que o saldo positivo de agosto mostra que a indústria segue em recuperação, após o choque inicial da pandemia. Porém, lembrou que o impacto do isolamento social no setor foi muito grande, pois deixou muitas fábricas praticamente paradas em abril.
“Há uma manutenção de certo comportamento positivo do setor industrial nos últimos meses. É um avanço bem consistente e disseminado entre as categorias, mas ainda há uma parte a ser recuperada”, analisou.