ECONOMIA

Tesouro estima que dívida pública vai chegar a 96% do PIB

As repercussões da pandemia vão se estender ainda por anos, já que o endividamento (com impacto de R$ 587,4 bilhões no resultado primário) será incorporado e, com isso elevará as despesas de juros que incidem sobre a dívida pública

Vera Batista
postado em 31/10/2020 07:00
 (crédito: Kleber Sales/CB/D.A Press)
(crédito: Kleber Sales/CB/D.A Press)

A Secretaria do Tesouro Nacional atualizou as projeções para a trajetória da dívida pública. Ao final de 2020, a previsão do governo é de que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) represente 96% do Produto Interno Bruto (soma das riquezas do país). Isso significará um crescimento de 20,2 pontos percentuais em relação a 2019. A crise do covid-19 exigiu do governo despesas extraordinárias em 2020, com deficit primário que deve atingir 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2020. Para os próximos anos, a estimativa é que de a dívida bruta continue crescendo, porém, mais lentamente, chegando a 100,8% do PIB em 2026. Somente após esse prazo, a dívida começaria uma trajetória de queda, para encerrar 2029 em 98% do PIB.

Em relação à Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), a expectativa do governo é de que chegue ao final de 2020 a 68,2% do PIB, com aumento de 12,5 pontos percentuais em relação a 2019. A previsão é de que ela cresça continuamente até 2028, para 87% do PIB. “Para 2029, espera-se que este indicador se reduza marginalmente, fechando em 86,9%”, informou o Tesouro no Relatório de Projeções da Dívida.

As repercussões da pandemia vão se estender ainda por anos, já que o endividamento (com impacto de R$ 587,4 bilhões no resultado primário) será incorporado e, com isso elevará as despesas de juros que incidem sobre a dívida pública. “Taxas de juros, crescimento econômico e resultado primário das contas públicas são fatores cruciais nas perspectivas de endividamento. A combinação de choques adversos nessas variáveis pode colocar em risco a trajetória da dívida e a chance de sua estabilização no médio prazo”, reiterou o Tesouro.

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