A Petrobras teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre de 2020. O dado reverte o lucro de R$ 9 bilhões no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, a estatal também teve prejuízo, de R$ 2,7 bilhões, mas a maior perda foi nos três primeiros meses do ano. No acumulado, em nove meses, o prejuízo soma R$ 52,8 bilhões ante ganhos de R$ 32 bilhões até setembro de 2019. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (28/10).
No documento assinado pelo presidente da empresa, Roberto Castello Branco, a companhia afirma que a rápida resposta à recessão global está começando a dar resultados. “Apesar das restrições impostas pela pandemia e pelo ambiente incerto, nosso desempenho operacional e financeiro melhorou significativamente conforme demonstrado pelo aumento da produção de petróleo e gás natural e do fator de utilização de nossas refinarias e pela forte geração de caixa”, disse.
Nos primeiros nove meses do ano, o fluxo de caixa livre atingiu US$ 16,4 bilhões e o fluxo de caixa livre para os acionistas, US$ 6,8 bilhões. “O forte desempenho permitiu reduzir nossa dívida bruta de US$ 87,1 bilhões, em 30 de dezembro de 2019, para US$ 79,6 bilhões, em 30 de setembro de 2020. Este valor está abaixo da nossa meta anterior de manutenção do mesmo nível de dívida do último ano, dado o cenário hostil”, afirmou o presidente, no balanço.
Nos últimos 21 meses, segundo o resultado, foi possível reduzir US$ 31,3 bilhões de dívida, cerca de US$ 1,5 bilhão por mês. “Nosso caixa ajustado foi reduzido para US$ 13,4 bilhões no terceiro trimestre de 2020. Ainda há espaço para reduções adicionais tendo em vista a disponibilidade de mais de US$ 8 bilhões em linhas de crédito compromissadas e a importância da alocação eficiente de capital”, destacou.
Pré-sal
A produção do pré-sal aumentou 32% em 2020 comparado com os nove meses de 2019, representando 70% da produção de petróleo no Brasil. Os custos de extração caíram de US$ 7,9 por barril de óleo equivalente (boe), no terceiro trimestre de 2019, para US$ 4,5/boe agora. “Aproximadamente 60% do declínio ocorreu devido à redução de custos, ganhos de eficiência, incremento da produção e gestão ativa de portfólio, enquanto o restante foi ocasionado pela depreciação do real em relação ao dólar.”
O programa de desinvestimentos teve sua velocidade afetada pela pandemia da covid-19, gerando apenas US$ 1 bilhão de entrada de caixa nos nove meses de 2020. “No entanto, o programa permanece vivo e muito ativo. Há 10 operações assinadas a serem fechadas, 32 projetos em fase vinculante e sete ativos na fase inicial do processo de desinvestimentos”, informou a nota do presidente no balanço.
Dividendos
“Aprovamos uma alteração em nossa política de dividendos, com o objetivo de trazer mais flexibilidade ao dar à companhia a opção de distribuir dividendos mesmo com prejuízo contábil em um determinado ano, desde que a dívida líquida tenha diminuído nos últimos doze meses, sendo essa distribuição limitada ao valor dessa redução”, acrescentou.
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