A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 2,59% em setembro em relação a agosto e chegou a R$ 4,53 trilhões, de acordo com o Tesouro Nacional. A alta foi provocada, principalmente, pela aversão ao risco entre os investidores. No cenário externo, prevaleceram as preocupações com uma potencial segunda onda de infecções por coronavírus na Europa e a frustração em relação a novos estímulos econômicos, destacou o Tesouro. Nesse contexto, o CDS (que define a possibilidade de um emissor pagar ou não a dívida) do Brasil acompanhou o movimento observado em outros países e subiu 16,1%, fechando o mês em 250 pontos base.
“No ambiente interno, as incertezas com relação ao direcionamento da política fiscal também contribuíram para pressionar os prazos intermediários e longos da curva de juros futuros. O Tesouro Nacional manteve o volume de emissão em setembro acima da média histórica, com o objetivo de suprir a necessidade de financiamento do Governo Federal e garantir nas projeções a manutenção do caixa acima do limite prudencial. Nesse contexto, o volume de emissões e as emissões líquidas registraram o segundo maior número de suas respectivas séries históricas, atrás apenas dos valores observados em julho de 2020”, informou o órgão.
Dessa forma, o estoque da DPF aumento de R$ 114,4 bilhões em setembro em relação ao mês anterior, refletindo a emissão líquida de R$ 80,7 bilhões e a apropriação positiva de juros de R$ 33,7 bilhões. Houve pequena variação da participação de títulos atrelados ao câmbio (de 5,7% para 5,8%). O grupo dos títulos indexados a Selic apresentou redução na participação no estoque da DPF devido ao resgate líquido de R$ 73,4 bilhões em setembro.
Participação
O destaque, de acordo com o Tesouro, foram as instituições financeiras que aumentaram a sua participação, em 0,7 ponto percentual e alcançaram 27,4% da dívida interna (DPMFi), voltando a ter a maior participação no estoque da dívida pública. O grupo Fundos de Investimento reduziu a participação para 26,9% em setembro, ante 26,4% no mês anterior, voltando à segunda colocação. “As estatísticas de custo médio seguiram mostrando níveis historicamente baixos. O custo médio das emissões em oferta pública da DPMFi acumulado em 12 meses atingiu 4,64% ao ano, menor valor da série histórica”, assinala.
Mas o custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses, no entanto, passou de 8,54% ao ano em agosto para 8,72%, em setembro. Na estrutura de vencimentos da DPF houve aumento do percentual vincendo em 12 meses (26,0%, ante 21,7% de agosto) e redução do prazo médio da DPF (3,8 anos, ante 3,9 anos em agosto), explica o Tesouro Nacional.
Tesouro Direto
No Programa Tesouro Direto os resgates líquidos no mês de setembro totalizaram R$ 168,5 milhões, resultado de vendas de R$ 1,86 bilhão e recompras de R$ 2,02 bilhões. Além disso, o programa teve um aumento de mais de 289,9 mil novos investidores cadastrados. O título mais demandado pelos investidores foi o Tesouro Selic, que respondeu por 39,9% do montante vendido.
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