Consumo

Confiança de consumidores e empresários cai em outubro, aponta FGV

Incertezas sobre emprego, alta da inflação e fim de benefícios emergenciais são principais motivos para queda de confiança

Israel Medeiros*
postado em 15/10/2020 16:58

A confiança de empresários e consumidores registrou queda em outubro. É o que aponta a prévia de sondagens feitas pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada nesta quinta-feira (15). Segundo o instituto, com relação ao final de setembro, até o dia 14 deste mês, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) diminuiu 1,1 ponto, para 96,4 pontos, enquanto o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 3,9 pontos, passando para 79,5 pontos.

O descolamento entre a confiança de empresários e consumidores é a maior desde 2010. A queda de confiança entre os consumidores foi puxada, principalmente, pela preocupação com as incertezas no mercado de trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o desemprego chegou a 13,8% no trimestre terminado em julho e foi o pior resultado da série histórica iniciada em 2012.

Segundo o levantamento, houve piora nas expectativas em todos os setores. A exceção foi a indústria, que continuou com projeções otimistas para os próximos meses. De acordo com a coordenadora das Sondagens do FGV Ibre, Viviane Seda Bittencourt, a alta nos preços de alimentos e as incertezas sobre a pandemia também foram fatores determinantes.

"O nível muito baixo da confiança dos consumidores decorre em grande medida da preocupação com o mercado de trabalho, a aceleração recente dos preços de alimentos e da incerteza com a pandemia e com o fim do período de benefícios emergenciais", afirma.

Para empresários, a queda da confiança está relacionada exclusivamente com a piora das expectativas para o futuro, uma vez que houve melhora da percepção sobre o momento atual, de acordo com a análise do Índice de Situação Atual dos Empresários (ISA-E). Esse índice, segundo o levantamento, teve alta de 2,9 pontos e passou para 95,9. O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E), por sua vez, caiu 3,8 pontos e foi para 97,2 pontos.

Já no caso dos os consumidores, o pessimismo com relação aos próximos meses foi o maior fator de influência. O índice que mede a percepção da situação atual (ISA-C) teve diminuição de 1,9 pontos, e foi para 70,7. A expectativa para os próximos meses, no entanto, recuou 5 pontos e passou a ser de 86,5.

Na indústria, o único resultado positivo em outubro foi no setor de transformação. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) chegou aos 112,1 pontos, maior valor desde março de 2011, quando alcançou 112,5 pontos. O setor de Construção permaneceu em 91,6 pontos, 1,2 ponto abaixo de fevereiro. Comércio e Serviços tiveram queda de 5,1 e 1,4 pontos; e passaram para 94,5 e 86,5 pontos, respectivamente.

*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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