Contas públicas

Ex-secretário do Tesouro alerta para risco de insolvência do país

Se governo fizer algo errado e tiver que aumentar os juros de curto prazo, país corre o risco de não ter como pagar a dívida pública, diz Mansueto Almeida durante evento em São Paulo

Simone Kafruni
Natália Bosco*
postado em 13/10/2020 16:06
 (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

O ex-secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida alertou para o risco do Brasil se tornar insolvente se subir juros de curto prazo. Mansueto participou, nesta terça-feira (13/10), de um debate promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), sobre a viabilização da reforma tributária. Ele explicou que R$ 400 bilhões da dívida pública brasileira vencem até o primeiro trimestre do ano que vem. Se o governo tiver de subir juros em razão de algum ajuste na política econômica, não terá como pagar a dívida pública.

Para o ex-secretário do Tesouro, não é possível discutir redução de impostos enquanto houver desequilíbrio fiscal. “O Brasil tem de voltar a fazer superavit primário e, para isso, precisa recuperar a arrecadação”, ressaltou. Para recolher mais impostos sem aumentar tributos, a economia precisa crescer. “O crescimento depende, em grande parte, da reforma tributária. Por isso, não podemos parar o debate”, argumentou.

Mansueto também descartou a possibilidade de o país aprovar todas as reformas que precisa para crescer em um ou dois anos. “A agenda de reformas é de longo prazo e envolve diversas frentes de trabalho. O importante é não retroceder nas reformas para pagar a dívida pública e crescer”, acrescentou o ex-secretário do Tesouro.

 

* Estagiária sob supervisão de Simone Kafruni

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