Em entrevista ao CB.Agro, parceria entre o Correio e a TV Brasília, o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, destacou a importância da assistência técnica para reduzir custos e aumentar as margens de ganho dos produtores rurais, principalmente os de pequeno e médio porte. Com uma rede de 8 mil técnicos no país, o Senar busca na tecnologia as ferramentas para aumentar a eficiência da produção no campo.
A que se devem as altas taxas de crescimento que o agronegócio vem apresentando?
O setor não parou de trabalhar na pandemia, com todos os cuidados necessários. A tecnologia entrou nos últimos 15 anos com muita força. O empreendedorismo também, com uma nova geração de produtores. A gestão financeira é muito importante. Como o setor têm margens pequenas, o produtor precisa reduzir custos. Em paralelo tem o dólar, que tem ajudado.
Os alimentos foram um dos grandes responsáveis pela alta de 0,64% do IPCA em setembro. Por que?
Vivemos um momento de seca, então diminuem a produção e a oferta de alimento. Isso é sazonal. Um dos exemplos é o leite. Quando começar a chover, a produção aumentará novamente. Neste ano, temos uma série de fatores e, por isso, subiu um pouco mais, porém, o mercado regula e voltará aos preços normais.
Na pandemia, as pessoas passaram a ter um rendimento mais que o triplo do que no Bolsa Família. Isso teve influência?
Com certeza. Quando você tem um dinheiro a mais em casa, a primeira coisa que faz é se alimentar melhor. Na carne, esse efeito é claro. Houve aumento do preço pago ao produtor, que passou três anos trabalhando no prejuízo.
Como é a atuação do Senar? Como está a assistência aos produtores?
Uma das linhas de trabalho do Senar é levar a tecnologia para dentro da propriedade rural e usá-la para aumentar a produtividade e reduzir custos. O Senar conta com 8 mil técnicos no país, que fazem um trabalho complementar ao das Emater (Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural).
O senhor pode dar um exemplo de uma área na qual o Senar foi crucial para aumentar o valor agregado da produção?
O setor de hortifruti, que é um trabalho que tem aqui em Brasília e possui uma sensibilidade muito grande ao mercado. O produtor precisa escalonar a produção para conseguir fornecedores e atender à qualidade que o consumidor demanda, e, principalmente, reduzir custos para ter renda.
Quais são as principais áreas que já tiveram essa redução de custos para o produtor?
Nós temos 200 mil produtores em assistência no Brasil. Em todas as cadeias, temos grandes exemplos: leite, hortifruti, frutas, mel, peixe, caprinos e ovinos, principalmente no Nordeste, porque é a aptidão da região. No cerrado, o principal apoio é para o setor de gado de corte e de leite.
Quais são os principais cursos que o Senar oferece no DF?
No DF, o curso mais demandado é o de hortaliças. O movimento do mel no DF também é muito importante. Em todo o país, temos mais de 1.500 cursos. Há 10 anos, começamos com educação a distância para alcançar o maior número possível de produtores. Temos mais de 90 cursos, todos gratuitos. Oferecemos um volume muito grande de formação e capacitação, desde a formação básica, de ensinar a fazer uma planilha de Excel, até técnicas de agropecuária de baixo carbono, que é o que tem de mais moderno no mundo.
*Estagiários sob a supervisão de Odail Figueiredo
“Oferecemos um volume muito grande de formação e capacitação, desde a formação básica, de ensinar a fazer uma planilha de Excel, até técnicas de agropecuária de baixo carbono, que é o que tem de mais moderno no mundo”
Daniel Carrrara, diretor-geral do Senar
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