O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Bartolomeu Braz, afirmou que a pandemia da covid-19 não parou o agronegócio, “que entregou a maior safra de soja do planeta neste ano”. “Nós teremos um aumento de 3,4 % nas áreas. Devemos semear, nesta safra, 38,5 milhões de hectares, contra 36,9 no da safra passada. Então, o agro vai continuar crescendo”, afirmou, em entrevista ao programa CB.Agro, parceria entre o Correio e a TV Brasília. “O setor rural não tem o privilégio de ficar parado.”
Braz destacou que a soja interiorizou a economia do Brasil. “Onde tem soja nos municípios, depois de oito ou 10 anos o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) sai de baixo, muito baixo, para alto, muito alto”, frisou. Ele frisou que o Brasil tem meios para ser a grande potência do mundo nas principais cadeias de produção e citou estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que aponta que, até 2050, haverá 9 bilhões de habitantes na Terra. “No mesmo estudo deles é dito que quem terá o compromisso e condições climáticas, ciência, pesquisa e produtores para abastecer 50% dessa demanda mundial é o Brasil.”
Na opinião de Braz, o país precisa usar o sistema de agricultura de precisão para conseguir produzir mais com menos recursos, aumentando a produtividade por metro quadrado. Ele também falou sobre os casos de desmatamento e queimadas que ameaçam o acordo entre Mercosul e União Europeia. Para o presidente da Aprosoja, o discurso de alguns países da Europa é, na verdade, uma artimanha para conseguir realizar suas políticas internas e fazerem ações de “politicagem”.
De acordo com ele, o Brasil segue as regras da legislação ambiental e que esses países reclamam, mas que não há onde buscarem alimentos. “Onde vão encontrar isso (alimentos) acessíveis e que dê acesso à população?”, questionou. Na visão dele, o acordo Mercosul-UE, que já é negociado há 20 anos, passará por essas pequenas discussões, mas será resolvido. “Foi sinalizado, hoje ainda, que o Reino Unido já aceita as leis brasileiras como elas são, basta que nós cumpramos a lei, o que já estamos fazendo aqui”, ressaltou.
Braz enfatizou que a Aprosoja é contra o desmatamento ilegal e que deve haver distinção do desmatamento legal. Comentou, também, sobre a ruptura da entidade com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), envolvida com ONGs, que, segundo disse, “trazem a maior preocupação para o setor”. “Quando nós estávamos lá, sentíamos que estávamos ajudando a prejudicar a imagem do Brasil e também do produtor rural”, emendou. “Buscaram, também, questões políticas, politizaram muito. Parece que não concordam com a forma de governo atual e acham que devem fazer alguma coisa para prejudicar a imagem.”
*Estagiários sob a supervisão de Cida Barbosa
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