Mais um impasse envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, movimenta o mercado e o governo nesta sexta-feira (2/10). É que circulou no mercado uma informação de que o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, teria criticado Guedes em uma reunião com economistas de bancos. Marinho, porém, nega as críticas. Guedes disse não acreditar no ocorrido, mas não evitou as críticas.
"Eu realmente não acredito que ele tenha falado mal de mim. Agora, se falou e falou que está querendo furar teto, falou um negócio de precatórios... Se falou, já pode saber, é despreparado, é desleal e confirmou que é um fura-teto. Mas eu não acredito que ele tenha falado, não", afirmou Paulo Guedes, ao ser questionado sobre o assunto. Ele insistiu: "Não acredito que o Marinho tenha falado mal de mim e nem acredito que ele esteja, porque se ele está falando mal tem três coisas: é despreparado, é desleal e é um fura-teto. Está confirmando que é um fura-teto. Eu espero que ele não tenha falado nada de mal".
O ministro da Economia ainda disse que não comentou o episódio com Marinho. Só disse que "estão dizendo que ele falou isso". Já o ministro do Desenvolvimento Regional emitiu uma nota para negar as críticas a Guedes. "Não foram feitas desqualificações ou adjetivações de qualquer natureza contra agentes públicos, nem tampouco às propostas já apresentadas", afirma a nota.
Marinho alegou que as informações sobre a reunião com os economistas teriam chegado à imprensa de maneira distorcida e disse que "quem dissemina informações falsas como essas tem claro interesse em especular no mercado, gerando instabilidade e apostando contra o Brasil."
O Ministério do Desenvolvimento Regional ainda afirmou que o governo está comprometido com a política fiscal. É que, segundo as notícias que circularam no mercado, Marinho também teria dito que o Renda Cidadã vai sair do papel, apesar dos recentes impasses orçamentários que envolvem o programa, o que foi entendido como uma possibilidade de estouro do teto de gastos.
Consenso
"A reunião teve o intuito de reforçar o compromisso do governo com a austeridade nos gastos e a política fiscal. Em sua fala, Rogério Marinho destacou que o governo reconhece a necessidade de construção de uma solução para as famílias que hoje dependem do auxílio emergencial e que essa solução será resultado de um amplo debate com o parlamento, em respeito à sociedade e às âncoras fiscais que regem a atuação do governo", afirma a nota, publicada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
A nota acrescenta que a própria discussão sobre o Renda Cidadã, que tem ocorrido há semanas sem que o governo e o Congresso cheguem a um consenso, "é uma demonstração do amadurecimento e consolidação das instituições brasileiras que defendem a disciplina fiscal e a saúde econômica do país, preservando as contas públicas e o teto dos gastos."
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