Saneamento básico

BRK vence leilão para melhorar rede de água e esgoto em AL

Consórcio ofertou R$ 2 bilhões para controlar fornecimento na região metropolitana de Maceió. Sete interessados mostraram apetite para assumir um serviço que falta para boa parte da população

Depois de uma reviravolta que quase suspendeu o primeiro leilão de serviços de saneamento após a aprovação do marco do setor, a BRK Ambiental venceu a concorrência ao ofertar o valor de outorga de R$ 2 bilhões. O certame foi realizado, nesta quarta-feira (30), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A proposta vencedora, do consórcio que tem a Brookfield Empreendimentos como sócia, com 70% de participação, superou a do segundo colocado em mais de R$ 500 milhões. O grupo Jangada, formado por Iguá Saneamento e Sabesp, ofereceu R$ 1,48 bilhão. O valor é fixo e será pago ao governo de Alagoas.

A BRK terá que fazer investimentos de R$ 2,6 bilhões, durante o contrato de 35 anos de concessão, para operar serviços de água e esgoto em 13 cidades da região metropolitana de Maceió, que reúne uma população de 1,5 milhão de pessoas. O contrato obriga um investimento de R$ 2 bilhões nos oito primeiros anos. O objetivo é universalizar os serviços de abastecimento de água em um prazo de seis anos, e os de esgotamento sanitário em 16 anos.

O leilão foi muito acirrado. Além das duas maiores ofertas, em terceiro ficou o consórcio EQS, formado por Equatorial e Sonel, com proposta de R$ 1,29 bilhão. A Angea ofertou R$ 1,21 bilhão, enquanto o consórcio Águas de Pratagy fez proposta de R$ 666 milhões. O grupo Paraíso das Águas, formado por Avivo e Enops, ofereceu R$ 450 milhões. O lance mais baixo foi o da Águas de Alagoas, de R$ 250,2 milhões.

Parâmetros do BNDES

O leilão foi o primeiro com a modelagem do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “A concorrência de sete propostas em regime de PPP (Parceria Público-Privada) em Alagoas sinaliza um novo apetite de grupos privados pelo setor”, avaliou Percy Soares Neto, diretor executivo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon).

Segundo ele, somente em editais promovidos pelo BNDES para os próximos meses, há mais de R$ 50 bilhões em investimentos previstos. A Abcon aposta em competição e retomada de investimentos por conta da aprovação da Lei 14.026/20, novo marco legal do setor. A Companhia Estadual de Saneamento de Alagoas (Casal) permanecerá como responsável pela produção de água para a região da PPP.

O leilão, porém, quase foi suspenso. Ontem, uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas havia determinado a suspensão do certame. Hoje, o presidente da mesma Corte, Tutmés Airan de Albuquerque Melo, reverteu a cautelar a tempo da realização da concorrência.

O ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), a secretária Martha Seiller (Programa de Parcerias de Investimentos) e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, participaram do evento.