Dólar fecha a R$ 5,63 e Bolsa tem queda de 2,41% em dia de decepção

Mercado reage mal ao anúncio de que Fundeb e precatórios serão fonte de financiamento do programa Renda Cidadã. Escândalo fiscal envolvendo Trump também repercutiu.

Assim como a temperatura em Brasília, o dólar começou a semana em alta e fechou a R$ 5,63, ante R$ 5,55 de sexta-feira (25). É a maior cotação da moeda norte-americana nos últimos quatro meses. Já a Ibovespa registrou uma queda de 2,41%, a 94.666 pontos contra 96.999 pontos do dia 25.


A alta da moeda norte-americana favoreceu maior faturamento das empresas industriais chinesas, o que animou um pouco os investidores. Mas essa variação não foi suficiente para amenizar a preocupação sobre a velocidade de recuperação da economia global.

 

Em relação ao Brasil, os investidores acompanharam a apresentação da segunda etapa de propostas da reforma tributária.


No mercado financeiro, o anúncio do programa social substituto do Bolsa Família, o Renda Cidadã, com financiamento de recursos do Fundeb e de verbas reservadas para pagamentos de precatórios desagradou. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o novo programa respeitará o teto de gastos, uma das poucas garantias que o governo ainda tem a oferecer para manter a confiança do mercado financeiro.


Paulo Guedes disse, ainda, que o Brasil é um país que precisa criar emprego em massa. O chefe da equipe econômica sinalizou que a decisão de bancar a desoneração da folha de pagamentos ainda não foi tomada. “Continuamos estudando esse capítulo particularmente na reforma tributária”, disse. “Temos a nossa proposta praticamente pronta, e, agora, é a política que dá o timing”, comentou Guedes.


Outros fatores repercutiram no comportamento do mercado. O primeiro veio dos Estados Unidos, onde as empresas de alta tecnologia tiveram saldo positivo depois de quedas em sessões anteriores. A reportagem  do jornal The New York Times de que o presidente norte-americano, Donald Trump, pagou apenas US$ 750 em imposto de renda nos EUA entre 2016 e 2017 também movimentou os ânimos do mercado financeiro. Trump respondeu que a história é “completamente falsa”.

 

* Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza