Preços

Com alta dos alimentos, prévia da inflação sobe 0,45% em setembro

O resultado do IPCA-15 é o maior para o mês desde 2012 e representa a maior variação da inflação desde o início da pandemia

Com a alta dos preços dos alimentos, a prévia da inflação oficial brasileira avançou 0,45% neste mês. O índice foi divulgado nesta quarta-feira (23/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o maior para setembro desde 2012.

O avanço de 0,45% também representa a maior variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desde o início da pandemia de covid-19. E, segundo o IBGE, é reflexo da alta de preços de seis dos nove grupos pesquisados. O maior destaque ficou com os alimentos.

De acordo com o IPCA-15, a inflação do grupo de alimentação e bebidas foi de 1,38%, puxada, sobretudo, pela alimentação no domicílio, que acelerou de 0,61%, em agosto, para 1,96% em setembro. A alta, de acordo com o IBGE, reflete o aumento de preços de produtos essenciais para a mesa dos brasileiros, como tomate (22,53%), óleo de soja (20,33%), arroz (9,96%), leite longa vida (5,59%) e carnes (3,42%). Só o arroz acumula avanço de 28,05% neste ano.

Também contribuíram com a alta da inflação os reajustes da gasolina, que subiu 3,19%, no terceiro mês consecutivo de elevação; o aumento das passagens aéreas, que alcançou 6,11% após quatro meses de queda; e a variação de preços de artigos de residência (0,79%) como TV, som e informática (2,04%) e eletrodomésticos e equipamentos (0,66%), que têm sido influenciados pela valorização do dólar.

Por outro lado, ajudaram a conter o avanço do IPCA-15 os preços dos planos de saúde, que ficaram 2,31% mais baratos devido à decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de suspender os reajustes até o fim de 2020; e de vestuário, com recuo de 0,31%.

Regiões

Segundo o IBGE, todas as regiões brasileiros sofreram com a alta da inflação no início de setembro. As maiores variações foram no Centro-Oeste. Em Goiânia, o IPCA-15 subiu 1,1%, devido a reajustes mais acentuados nos preços da gasolina (8,19%) e do arroz (32,75%). Em Brasília, o índice também ficou acima da média nacional, de 0,45%, marcando 0,7%.

Acumulado

Com a variação de 0,45% em setembro, o IPCA-15 acumula alta de 1,35% neste ano. Já nos últimos 12 meses, a elevação é de 2,65%. E a maior parte dessa variação foi sentida nos últimos três meses, já que, no início da pandemia, a inflação estava em baixa. Segundo o IBGE, o IPCA-15 acumulado neste trimestre foi de 0,98%, acima da taxa de 0,26% registrada em igual período de 2019.

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