INSS

Remarcação de perícia será automática, diz diretor do INSS

Segundo Jobson Salles, aqueles que fizeram agendamento e não conseguiram atendimento nesta semana serão informados de nova data e horário

Após seis meses com as portas fechadas, um terço das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) voltou a abrir para atendimentos presenciais na última segunda-feira (14/9). Ao chegar às agências, contudo, muito segurados precisaram voltar para casa. É o caso daqueles que fizeram agendamento para perícia médica. De acordo com Jobson Salles, diretor de atendimento do INSS, as perícias foram suspensas após os peritos apontarem irregularidades nos ambientes de atendimento.

Em entrevista ao CB.Poder — uma realização do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta terça-feira (15/9), ele assegurou que as correções estão em curso e que a agenda deve ser reaberta em breve. Segundo Salles, as cerca de 24 mil pessoas que tinham horário marcado para perícia serão realocadas para novos horários automaticamente.

"Na semana passada houve uma inspeção. Os peritos fizeram um apontamento de inúmeras observações que precisariam de melhoria por parte do INSS. O presidente da instituição, Leonardo Rolim, e o secretário Bruno Bianco acolheram essas recomendações e iniciaram imediatamente as correções. Nesta semana, teremos uma reinspeção. Após isso, se tudo estiver correto, abrem-se as agendas de periciamento", explicou.

Segundo o diretor, já é possível realizar todos os procedimentos — que antes eram apenas presenciais — por meio do aplicativo Meu INSS. Para aqueles que preferem o atendimento presencial, no entanto, é preciso agendar por questões de segurança sanitária.

"O INSS tem cerca de 1.600 agências espalhadas por todo o país. Ontem, um terço das agências reabriu para o atendimento presencial. Por causa da pandemia, esse atendimento precisa ser agendado. Não é possível apenas se dirigir a uma agência. Vale lembrar que todos esses serviços estão sendo ofertados pelos canais remotos como o 135 e, especialmente, o aplicativo Meu INSS", disse.

Via app

Jobson Salles informou que aqueles com agendamento para perícia médica serão informados da nova data via aplicativo. No entanto, o aviso veio tarde para quem se deslocou às agências na segunda-feira (14): só no fim do dia. Os avisos podem, também, ser recebidos via e-mail. É possível, ainda, ligar no número 135 para ser informado sobre o novo agendamento.

Questionado sobre o tempo que o INSS teve para se adaptar à nova realidade, Salles afirmou que a operação é complexa e foi preciso levantar dados sobre o tamanho das salas de atendimento para receber as pessoas. Outro problema, segundo ele, foi o processo para adquirir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

"A lei obriga que tenha prazos para adquirir EPIs. Se for fazer da forma adequada, é necessário seguir os procedimentos, sob pena de ter a compra barrada. Todos os equipamentos de proteção individual foram comprados. O que algumas inspeções identificaram é que algumas EPIs que já possuíamos não estavam no lugar ou que havia equipamentos que passaram da data de validade. O que foi comprado agora está dentro dos conformes", garantiu.

Ele também justificou a demora para adaptação ao argumentar que vários prédios do INSS precisariam passar por reformas para permitir mais circulação de ar. "Nós temos um inventário de todas as salas que temos. Nas salas feitas com divisórias nos locais, onde há manutenção predial, pode-se fazer uma mudança de divisórias. Mas em edifícios mais antigos, é preciso reformar. E os prazos para isso são superiores a um ano".

Salles ainda comentou sobre as mudanças tecnológicas que o INSS tem adotado. Ele citou o uso de inteligência artificial para atender demandas feitas pela internet e ressaltou que a possibilidade permite um número muito maior de atendimentos do que o que seria feito apenas por servidores presencialmente.

"No chat, ontem, só nesse robozinho (inteligência artificial) foram 200 mil atendimentos. Já nas agências, foram 4 mil pessoas atendidas. A tecnologia pode ser o grande parceiro. Por exemplo, o modelo de prova de vida. É muito comum pedir que o aposentado se apresente para mostrar que está vivo. Iniciamos, este ano, a prova de vida digital, em que o cidadão aponta a câmera do celular para o rosto, faz alguns movimentos e, utilizando dados do TSE e do Denatran, fazemos a confirmação. Esse é um procedimento muito mais seguro que um servidor dizer que lhe viu", completou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro