INSS volta a funcionar e usuários reclamam dos problemas de sempre

O retorno do serviço presencial está sendo feito de forma gradual e em horário reduzido. Para evitar aglomerações, o atendimento está sendo feito apenas com agendamento prévio

Após cinco meses de atendimento remoto, o INSS reabriu ontem parte das agências ao público, em meio a reclamações dos beneficiários, como a técnica de enfermagem Lucimar Munford, 55 anos. Moradora do Guará, ela foi à unidade da Previdência da Asa Sul para prorrogar o auxílio-doença, mas teve de voltar para casa sem conseguir resolver o problema


O retorno do serviço presencial está sendo feito de forma gradual e em horário reduzido. Para evitar aglomerações, o atendimento está sendo feito apenas com agendamento prévio, pelo telefone 135 ou pelo Meu INSS (www.meu.inss.gov.br). No Brasil, mais de 600 agências foram abertas — seis no Distrito Federal. Em São Paulo uma determinação judicial suspendeu a reabertura atendendo a ação movida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social.


Apesar dos avisos sobre a necessidade de agendamento, muitas pessoas foram até as agências sem realizar essa etapa. Para complicar, a perícia médica, um dos serviços mais procurados pelos segurados, ainda não retornou ao atendimento presencial. O INSS explicou que, devido à pandemia, as salas da perícia demandam adequações que ainda não foram concluídas.


Em entrevista à GloboNews, o presidente do INSS, Leonardo Rolim, disse que os segurados foram informados do agendamento por meio de SMS, e-mail e pelo aplicativo, mas pediu desculpas às pessoas que não tiveram acesso à informação. Rolim garantiu que ninguém terá prejuízo devido aos atrasos no atendimento, afirmando que, quando as perícias forem realizadas, e concedidos os benefícios, eles serão pagos retroativamente à data de requerimento original.


Na primeira fase da reabertura, serão priorizados a avaliação social, cumprimento de exigências, justificação administrativa e reabilitação profissional, que são considerados os mais importantes.
O requerimento da antecipação do auxílio-doença (no valor de R$ 1.045) só poderá ser realizado por segurados que residirem em um município a mais de 70 quilômetros de distância da agência mais próxima que tenha unidade de atendimento da perícia médica, com o serviço de agendamento disponível. É possível também requerer a prorrogação da antecipação do auxílio com base no período de repouso informado no atestado médico anterior ou pedir um novo requerimento, mas, para isso, é preciso apresentar o novo atestado.


Foi justamente o auxílio-doença que levou Lucimar Munford ao INSS, ontem. Ela disse que, desde a semana passada, tenta prorrogar o benefício pelos canais remoto. “O meu auxílio ia vencer no dia 13 e desde o dia 1º eu já estava ligando e pedindo a prorrogação. “No último sábado, fui informada, por telefone, que que o pedido estava em análise”, relatou.


Lucimar recebeu o número do requerimento e disse que foi orientada a procurar uma agência do INSS. “Eu fui lá e nada feito. Eles não podiam me atender porque estava sem o agendamento; eu não podia marcar porque o pedido está em análise. Então não pude fazer nada”, lamentou.


De acordo com Lucimar, a senha de acesso aparece bloqueada e o e-mail cadastrado está errado, por isso não consegue recuperar o acesso. A técnica de enfermagem foi orientada na porta e nem chegou a entrar na agência. “Até ontem eu estava amparada pela prorrogação. Agora, não sei como vai ficar minha situação”, desabafou.

*Estagiária sob supervisão de Odail figueiredo