O presidente Jair Bolsonaro descartou na tarde desta terça-feira (8/09) a possibilidade de "tabelar" preços por conta da alta do preço do arroz. O chefe do Executivo ressaltou, no entanto, que tem mantido conversas com representantes do setor e donos de mercado para que reduzam os preços de produtos essenciais. Bolsonaro disse esperar que o lucro desses itens nos estabelecimentos seja “próximo de zero”.
"Tenho apelado para eles. Ninguém vai usar a caneta Bic para tabelar nada. Não existe tabelamento. Mas estamos pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais nos supermercados seja próximo de zero." A declaração ocorreu durante uma reunião no Palácio do Planalto, com um grupo de médicos que defende o uso da cloroquina como tratamento contra o coronavírus. “Tenho conversando com donos de redes de supermercados, fazendo um apelo, porque nós criamos o auxílio emergencial para exatamente poder dar a oportunidade para o pessoal que perdeu o emprego, comer”, ressaltou.
Bolsonaro apontou ainda que os preços deverão voltar ao normal até janeiro do ano que vem, quando haverá a colheita de novas safras do produto.
“Acredito que a nova safra, que começa a ser colhida em dezembro e janeiro de arroz, em especial, a tendência é normalizar o preço. Outras medidas são tomadas pelo ministro da Economia bem como pela ministra Tereza Cristina, para nós darmos uma resposta a esses preços que dispararam nos supermercados”, disse.
O mandatário completou: "Imaginemos se o pessoal do campo tivesse ficado em casa. Hoje não teria o arroz. Sei que está caro, o óleo de soja já subiu, sei disso. Mas nem teríamos isso para comer. O povo com fome é um povo que não tem razão”.
Na última sexta-feira (4) Bolsonaro pediu “sacrifício e patriotismo” ao setor. Bolsonaro ressaltou, no entanto, que apostará no diálogo e não na “canetada”. “Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem. Já conversei com intermediários. Vou conversar logo mais com a associação de supermercados para ver se a gente.... não é no grito, ninguém vai dar canetada em lugar nenhum... porque veio o auxílio emergencial, o pessoal começou a gastar um pouco mais, muito papel na praça, a inflação vem. Então estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí... Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, explicou na data.