O Brasil não pode perder a janela de oportunidade do 5G, sob pena disso significar décadas de atraso, afirmou, nesta terça-feira (8/9), o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, durante abertura do Painel Telebrasil 2020, evento digital do setor de telecomunicações.
Mourão afirmou que compete ao governo proteger os conhecimentos sensíveis e a privacidade, considerando os princípios de eficiência, conectividade e segurança. “Os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovações e das Comunicações, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) estão estabelecendo parâmetros adequados para o processo licitatório a fim de criarmos as condições necessárias para as operadoras começarem a transição”, disse.
Segundo o vice-presidente, a pandemia mudou o mundo. “Em questões de semanas nos vimos ilhados. Isso nos obrigou a abrir novos caminhos e tornou a conectividade entre setores prioritária. Nesse cenário, evidenciou-se a importância das telecomunicações, rápidas e confiáveis. Dependeremos cada vez mais de modernas e flexíveis redes de telecomunicações”, ressaltou.
Mourão pontuou a necessidade do 5G para novas aplicações, como casas inteligentes, indústrias robotizadas, agronegócios georreferenciados, novos serviços públicos e veículos autônomos. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) também destacou quanto a pandemia intensificou a importância da conectividade como papel organizador da vida das pessoas.
“Não estamos falando mais de promessas. Estamos vivendo uma realidade que só se tem sustentado graças às tecnologias digitais. O futuro anunciado é agora. Vivemos um tempo difícil, mas seria impossível de viver se não tivéssemos as tecnologias digitais”, disse.
O senador assinalou que o Congresso está consciente do caráter estratégico que as telecomunicações assumiram. “Estamos atentos às questões normativas e regulatórias. Nosso país enfrenta grandes desafios estruturais para garantir a conectividade a todos os brasileiros”, afirmou.
Alcolumbre elencou a atuação do Legislativo, como a aprovação da modernização da Lei Geral de Telecomunicações, no ano passado. “Mais mudanças serão necessárias. Defendo a necessidade de destravar o Fust (Fundo para Universalização dos Serviços de Telecomunicações), de modo que os recursos sejam usados naquilo que se tornou estratégico hoje, aumento da conectividade”, sustentou.
Atualmente, o Fust ainda é voltado para telefonia fixa, portanto está desatualizado. “O Fust, da forma como está hoje, não contribui ao fim a que é destinado. Precisa se voltar para banda larga. Porém, tem recursos desviados para pagamento da dívida pública”, acrescentou.