Mesmo diante da pandemia, em que muitos perderam empregos e sobrevivem com ajuda do auxílio emergencial, os produtos da cesta básica dispararam e os efeitos já podem ser sentidos nos supermercados e no bolso dos consumidores. Nas últimas semanas, os itens que mais encareceram foram os alimentos da cesta básica, como arroz, leite óleo de soja e feijão.
De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,23% em agosto, após ter registrado 0,30% em julho. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,90% e, em 12 meses, de 2,28%, acima dos 2,13% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2019, a taxa foi de 0,08%. "Os preços dos produtos e serviços de Habitação (0,57%) e Alimentação e bebidas (0,34%) também subiram, com impactos de 0,09 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente", informa o IBGE, em nota.
Segundo a secretária executiva Mariana Fontele, o que mais aumentou nesses últimos dias foi o arroz. “O arroz está mais caro. Tanto as marcas que consumo quanto as de segunda opção. Mês de julho paguei entre R$ 12 e R$ 17 no pacote com 5kg. Este mês encontrei entre R$ 15 e R$ 23 as mesmas marcas” afirma.
Mariana explica que esses aumentos acabam interferindo muito nas finanças. “Se nós, com algum recurso financeiro, sentimos o peso disso, imagine as famílias de baixa renda? Não vejo a necessidade no reajuste, tendo em vista que, mesmo com a pandemia, a procura por esses produtos se manteve, já que são considerados produtos de primeira necessidade”, explica.
Cristina Barros, segurança em eventos, também sentiu os preços aumentando e diz que na sua opinião o que mais está mais caro são o feijão, leite, arroz e farinha. "Ontem mesmo, fui fazer as compras do mês, mas deixei de comprar algumas coisas por estarem muito caras, como o feijão. Geralmente eu pagava entre R$ 4 e R$ 5, porém ontem estava na faixa de R$ 8", explica. Cristina diz que acha "um absurdo" esse aumento. "No geral, acaba interferindo no orçamento da casa, já que não está aumentando apenas um produto" informa.
O grupo Alimentação e bebidas apresentou alta de 0,34% em agosto, após a queda de 0,13% verificada em julho. Os alimentos para consumo no domicílio subiram 0,61%, influenciados principalmente pela variação observada nos preços das carnes (3,06%), do leite longa vida (4,36%) e das frutas (2,47%). Outros produtos importantes na cesta das famílias, como o arroz (2,22%) e o pão francês (0,99%) também subiram. Já os preços do tomate (-4,20%), da cebola (-8,04%), do alho (-8,15%) e da batata-inglesa (-17,16%) seguem em queda, esta última com impacto de -0,03 p.p. no índice do mês. Na alimentação fora do domicílio (-0,30%), o impacto negativo mais intenso (-0,02 p.p.) veio da refeição (-0,52%), cujos preços haviam ficado praticamente estáveis em julho (0,02%). O lanche, por sua vez, passou de 0,20% em julho para 0,06% em agosto.
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*Estagiários sob supervisão de Vicente Nunes