Mercado S/A

Os sinais positivos na economia

A economia começa a dar sinais positivos. Um dos indicadores que tornam o processo de recuperação mais visível é o CDS (Credit Default Swap), ou risco país, que consiste em uma unidade de medida para investidores estrangeiros saberem se é seguro ou não injetar recursos em uma determinada nação. Quanto mais baixo o indicador, maior é a confiança dos investidores. Ontem, o CDS brasileiro chegou a 196 pontos, o que representou a quarta queda consecutiva. No auge da crise, em março, o índice havia alcançado recordistas 382 pontos. Outra boa notícia veio da indústria automotiva. A venda de veículos cresceu 5,1% em agosto na comparação com julho, de acordo com balanço divulgado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os índices de confiança de empresários e consumidores também estão perto de alcançar os níveis pré-pandemia, o que reforça a tese da retomada econômica.

Brasil sobe, mas faz feio em ranking de inovação

O Brasil avançou quatro posições no Índice Global de Inovação (IGI), mas isso não deve ser motivo de orgulho. Agora, o país ocupa o 62º lugar. Trata-se de uma colocação bastante modesta, considerando que o PIB brasileiro é o nono maior do mundo. Além disso, o pequeno salto deve-se mais ao fiasco dos outros países, que tiveram suas pontuações rebaixadas, do que propriamente ao desempenho do Brasil. Como em 2019, a lista é liderada pela Suíça e a lanterna ficou com o Iêmen.


O irresistível avanço das fintechs

A fintech Neon acaba de receber US$ 300 milhões em uma nova rodada de investimentos. Não é um caso único. Em 2020, o setor continua a toda velocidade. Há uma semana, o Nubank havia captado valores idênticos. Também recentemente, a Origin, focada em consultoria financeira, angariou US$ 12 milhões. A prosperidade do setor representa uma ameaça para os bancos tradicionais. Enquanto as fintechs ganham fatias preciosas de mercado, as instituições mais antigas fecham agências e demitem funcionários.


Shoppings recuperam parte do movimento

Nas últimas duas semanas, o movimento nos shoppings brasileiros cresceu cerca de 20%, segundo dados da Alshop, a associação do setor. Apesar de positivo, o avanço é modesto e está longe de representar um alívio para os lojistas. Estima-se que a pandemia destruiu 120 mil empregos e deixou R$ 70 bilhões em prejuízos. De todo modo, a recuperação tem sido mais rápida do que havia sido imaginado, mas é provável que os números pré-coronavírus só sejam alcançados no ano que vem.


17%
Foi quanto cresceram, em 2019, as transações financeiras via celular ou tablet, segundo
estudo do Banco Central. A previsão é um aumento ainda mais expressivo em 2020

Rapidinhas

» Nem a Austrália, que cresce desde 1991, resistiu à crise do novo coronavírus. No segundo trimestre, o PIB encolheu 7% — é o maior tombo da história. Até agora, apenas uma nação avançou no período: a China, com uma disparada de 11,5% do PIB. Os asiáticos tinham sofrido mais no começo do ano, com queda de 10% da economia no primeiro trimestre.


» A Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, acelerou sua incursão digital. Em junho de 2019, a empresa tinha 1,5 milhão de usuários ativos em seus aplicativos. Agora, são 15 milhões. O crescimento vertiginoso traz desafios. No ano passado, a Via Varejo foi a segunda companhia com mais reclamações no
Procon-SP, atrás da TIM.


» Poucas vezes uma campanha eleitoral nos Estados Unidos mobilizou tantos empresários quanto a disputa presidencial entre Donald Trump e Joe Biden. Ex-número 1 do Google, o bilionário Eric Schmidt endureceu o tom contra Trump.


“Na pandemia, pessoas morreram desnecessariamente porque o governo foi lento para reagir”, disse.


» A crise continua séria na aviação. Ontem, a americana United Airlines informou ao mercado que deverá cortar o emprego de 16 mil funcionários, o que faz parte de seu plano radical de redução de custos. Nos Estados Unidos, desaparecem 50 mil postos de trabalho ligados ao setor aéreo em 2020.