Apesar do desemprego continuar em disparada, o mercado de trabalho formal já começa a dar sinais de recuperação no Brasil. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 249.388 vagas formais de trabalho foram criadas no país em agosto deste ano.
"O Brasil gerou 250 mil empregos neste mês de agosto. É algo que não acontecia desde agosto de 2010. Estamos voltando em V", anunciou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (30/9). "O Brasil está voltando em V, tivemos empregos em todos os setores da economia, não foi um bolsão", emendou.
Dados do Caged mostram que o saldo positivo de 249.388 postos de trabalho de agosto é resultado de 1.239.478 admissões e 990.090 desligamentos. Segundo o Ministério da Economia, o resultado é fruto de um aumento de 10% nas contratações, entre julho e agosto.
A pasta também destacou que, em agosto, os cinco setores econômicos e as 27 unidades federativa tiveram saldo positivo de vagas. Até o setor de serviços, que vem apresentando uma recuperação mais lenta, teve geração de empregos, com 45.412 novas vagas. O destaque, contudo, ficou para a indústria de transformação, que gerou 92.893 postos de trabalho.
Acumulado ainda é negativo
Este é o segundo mês consecutivo em que as contratações superaram as demissões no Brasil. Em julho, havia sido registrado um saldo positivo de 141.190 vagas. Por isso, o Ministério da Economia fala em uma uma retomada acelerada do mercado de trabalho, após o choque sofrido no início da pandemia de covid-19.
Porém, esses dados ainda não são suficientes para compensar todas as perdas causadas pelo novo coronavírus no mercado de trabalho. Afinal, só em abril, o Brasil perdeu 934.380 postos de trabalho formal. E ainda houve perdas em março (-265.609), maio (-359.453) e junho (-22.706), segundo o Caged.
Por isso, o saldo do ano ainda é negativo, com o fechamento de 849.387 vagas entre janeiro e agosto — o pior resultado para o período da série histórica do Caged, iniciada em 2010. E o estoque de emprego formais no país segue abaixo do nível pré-pandemia. Segundo o Caged, havia 37.960.236 vínculos celetistas ativos no país ao fim de agosto. Já em fevereiro, eram 39.151.806 empregos.
Consequentemente, outros indicadores do mercado de trabalho brasileiro vêm marcando uma série de recordes negativos. A taxa de desemprego, por exemplo, bateu 13,8% no trimestre encerrado em julho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada também nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A pesquisa indicou que há 13,1 milhões de desempregados no país, além de 5,8 milhões de desalentados.
O Ministério da Economia entende, por sua vez, que o Caged vai continuar apontando a geração de postos de trabalho formal nos próximos meses. Por isso, diz que a perspectiva é de melhora nos dados e acredita que o saldo anual do Caged não será pior que o observado na crise de 2015.
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