A taxa de juros média do mercado de crédito brasileiro recuou de 19,2% para 18,7% ao ano em agosto. A redução foi puxada pelas taxas cobradas às famílias e foi acompanhada por um aumento de 1,9% do estoque de crédito do país, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28/09) pelo Banco Central.
De acordo com o BC, as famílias que recorreram ao crédito bancário foram submetidas a um juro médio de 24% ao ano em agosto. A taxa é 0,8 ponto percentual menor que a observada em julho (24,8% ao ano) e reflete o ajuste dos juros de modalidades de crédito importantes para a população brasileira, como o crédito pessoal, o consignado e o rotativo do cartão de crédito.
A nota de crédito do BC mostra que a taxa de juros do crédito pessoal não consignado desabou de 82,3% para 70,3% ao ano entre julho e agosto. Já a taxa do consignado variou de 19% para 18,9% e a do rotativo do cartão de crédito recuou de 312% para 310,2% ao ano. Por outro lado, a taxa do cheque especial subiu de 111,7% para 112,6% ao ano.
Por outro lado, a taxa média das empresas variou de 10,7% para 10,8%. A variação é fruto do aumento dos juros de modalidades de crédito que vêm sendo muito utilizadas pelas empresas brasileiras na pandemia de covid-19, como o capital de giro (de 11,2% para 11,4% ao ano) e o desconto de duplicatas e recebíveis (de 12,4% pata 13,7% ao ano). As taxas da conta garantida também subiram, de 26,4% para 28,6% ao ano.
Com isso, os juros médios do mercado de crédito brasileiro marcaram 18,7% em agosto. A taxa representa um recuo de 0,5 ponto percentual em relação a julho, quando os juros médios subiram de 19% para 19,2% apesar da redução da taxa básica de juros (Selic) e dos programas de crédito direcionado que tentam ajudar as empresas e as famílias brasileiras a enfrentarem a crise do novo coronavírus.
"As taxas de juros das contratações de crédito atingiram 18,7% ao ano em agosto, redução de 0,5 ponto percentual no mês e de 6,1 ponto percentual em 12 meses. Se olharmos o crédito na ponta, as taxas de juros estão no mínimo da série histórica iniciada em março de 2011", comentou o Chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.
Essa taxa, porém, ainda tem um spread de 15 pontos percentuais. E permanece alta se comparada à Selic, que está na mínima histórica de 2% ao ano.
Estoque de crédito
Segundo o BC, o saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$ 3,7 trilhões em agosto. O estoque cresceu 1,9% em relação a julho, fruto de um aumento de 2,4% do crédito às empresas e de 1,5% do crédito às famílias. No total, a concessão de crédito somou R$ 343 bilhões em agosto. Já a inadimplência média do sistema financeiro nacional voltou a recuar, saindo de 2,7% para 2,6% ao ano.
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