A Petrobras anunciou redução de seus investimentos para os anos de 2021 e 2025. Segundo a estatal, o aporte em Exploração e Produção (E&P) será entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões, e não mais os US$ 64 bilhões anunciados no Plano Estratégico de 2020-2024. A justificativa da empresa é que revisão, feita “frente à crise provocada pela Covid-19”, visa maximizar o valor do portfólio do E&P, com “foco em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas”.
A revisão do portfólio está de acordo com as premissas de preço divulgadas nos resultados do primeiro trimestre. Além da revisão da carteira de investimentos e desinvestimentos, foram consideradas diretrizes: a desalavancagem, atingindo a meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões em 2022, e a resiliência, priorizando projetos com ponto de equilíbrio (breakeven point) do preço do barril de petróleo Brent de, no máximo, US$ 35, e aderentes à estratégia da companhia. A desvalorização do real também teve efeito na decisão.
“Búzios e os demais ativos do pré-sal passarão a ter uma importância ainda maior na carteira da companhia, representando aproximadamente 71% do investimento total do E&P para 2021-2025, contra 59% no Plano Estratégico de 2020-2024. Os investimentos nesses ativos de classe mundial, nos quais somos o dono natural, estão em linha com nossos pilares estratégicos, sendo resilientes a preços mais baixos de óleo”, explicou a companhia.
“Com a revisão, a Petrobras decidiu incluir novos ativos na sua carteira de desinvestimentos.
O potencial impacto na curva de produção, assim como o cronograma de início das novas plataformas, será anunciado no Petrobras day 2020, previsto para o final de novembro, após a conclusão e aprovação do Plano Estratégico de 2021-2025. A Petrobras reafirma seus pilares estratégicos e prosseguirá na sua execução com o objetivo de criação de valor sustentável para seus acionistas”, finalizou, em nota.
Foco no pré-sal
Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, avaliou o anúncio de que a estatal reduzirá entre 21,9% e 37,5% seus investimentos para o quinquênio 21-25. “Com a decisão, a companhia reafirma a postura diligente e objetiva em sua alocação de capital. Com os níveis de demanda e oferta, assim como toda a indústria petrolífera mudando em sua forma operacional, financeira e regulatória de maneira célere, a racionalização da política de investimento vem em linha com seus recentes movimentos e com o que se espera da companhia”, afirmou.
O ganho de importância do campo de Búzios neste novo plano, de acordo com o especialista, reafirma o compromisso da Petrobras com a eficiência e o objetivo de ganhar terreno onde possui vantagens comparativas. “O plano indica que a companhia continuará implementando sua estratégia competitiva via custo”, disse.
“A decisão também permite que a companhia ganhe tração em sua política de redução de dívidas e, assim, fique mais perto de voltar a pagar proventos de forma mais robusta, que ocorrerá quando a dívida, atualmente em US$ 91,5 bilhões atingir US$ 60 bilhões, o que deve ocorrer a partir de 2022”, completou.
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