O diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silvio Farnese, tentou minimizar a recente escalada de preços do arroz. Ele alegou que o Brasil não corre risco de desabastecimento e passa "apenas" por um momento de preço alto, que, apesar de pesar no bolso dos brasileiros, será benéfico para os produtores e para o desenvolvimento da agropecuária brasileira.
"No momento presente, por uma questão de desequilíbrio entre oferta e demanda no arroz, estamos sofrendo dificuldade na questão do preço. Mas é sempre saudável lembrar que não estamos com falta de produto. Estamos apenas com um momento de preço alto pela própria conjuntura, muito motivado pelas exportações", afirmou Silvio Farnese, nesta quinta-feira (10/9), durante a apresentação do Levantamento de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Farnese disse ainda que é "muito saudável que os mercados fluam normalmente e que aconteça para o produtor a possibilidade de aumento de renda". "O mundo não acabará em 2020. Temos no ano que vem e nos próximos anos que contar com os produtores para abastecer nossas mesas. E lembramos que o lucro é sempre o melhor adubo para as atividades, na agricultura não é diferente. Portanto, a rentabilidade que o setor consegue obter nesse momento é muito importante para que isso robusteça o setor produtivo", acrescentou.
Ele sugeriu, então, que esse momento pode favorecer a ampliação da produção nacional de arroz. A Conab, por exemplo, já projeta um aumento de 12% na próxima safra de arroz. "Temos na agricultura um grande sustentáculo da economia brasileira, no emprego, na questão ambiental, social. É importante que o setor seja mais forte", destacou o representante do Mapa, defendendo que o momento não deve ser de pânico, mas de serenidade.
Importação
Farnese também garantiu que não haverá desabastecimento. Ele explicou que, enquanto a próxima safra não chega, será possível suprir a demanda interna por meio da importação de arroz, que foi facilitada, nessa quarta-feira (9/9), por meio da isenção de tarifas para a importação de até 400 mil toneladas de arroz.
Ele destacou que a medida teve a participação do Ministério da Agricultura, que está olhando "com muito cuidado" para essa situação do arroz. "Nós como Mapa estamos fazendo o que seja possível", afirmou.
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