Alta de preços

Associação de supermercados sugere à população consumo de massas no lugar do arroz

Após reunião com Bolsonaro, Abras diz que não é o "vilão"

Ingrid Soares
postado em 09/09/2020 18:09
 (crédito: Divulgação/Abras)
(crédito: Divulgação/Abras)

Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto negou que o setor seja o “vilão” na alta de produtos essenciais da cesta básica e disse que o problema está na lavoura.

Neto defendeu ainda que “Não há supermercadista cobrando preço abusivo; não temos cartel”.

“Nós não vamos ser vilões de uma coisa que nós não somos responsáveis. Muito pelo contrário. […] Essas situações, que têm sido muito raras, ocorrem porque o commoditie é sazonal. É agricultura: chove demais, faz sol demais. É assim que funciona. O problema está na lavoura, no custo da produção, da safra baixa. O problema está no câmbio dos produtos que estão sendo exportados”, apontou.

Ele disse que não há prazo para a baixa dos preços e sugeriu à população o consumo de massas no lugar do arroz. “Eu não sei responder. Pode ser que seja mais rápido. Tem um lado psicológico que pode ser que afete aí, o fato de consumir mais macarrão já faça uma regulagem do preço. O que precisa, sim, é entrar mais produto. Ter mais oferta do arroz no mercado para resolver esse problema”, pontuou.

Na última semana, Bolsonaro tem pedido “sacrifício e patriotismo” ao setor. Na tarde de ontem (8), o chefe do Executivo descartou a possibilidade de "tabelar" preços por conta da alta do preço do arroz. O chefe do Executivo ressaltou, no entanto, que tem mantido conversas com representantes do setor e donos de mercado para que reduzam os preços de produtos essenciais. Bolsonaro disse esperar que o lucro desses itens nos estabelecimentos fosse “próximo de zero”.

Neto afirmou que os supermercados já vendem, abaixo do preço para fazerem a reposição do estoque do produto.

“Nós explicamos ao presidente que já estamos fazendo isso [cortando o lucro]. Nós sempre fizemos, na cesta básica, porque o setor é muito competitivo. A gente não repassa de vez nossos aumentos”, concluiu.

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