Índice de Preços de Alimentos da FAO avança 2% em agosto ante julho

O resultado mensal, segundo a FAO, foi impulsionado pelo aumento nos subíndices de açúcar e óleos vegetais, além de cereais, que subiram modestamente

Agência Estado
postado em 03/09/2020 11:22 / atualizado em 03/09/2020 11:22
 (crédito: Divulgação/Governo do Paraná)
(crédito: Divulgação/Governo do Paraná)
O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 96,1 pontos em agosto, alta de 1,8 ponto (2%) ante julho, o maior nível desde fevereiro de 2020. O resultado mensal, segundo a FAO, foi impulsionado pelo aumento nos subíndices de açúcar e óleos vegetais, além de cereais, que subiram modestamente. Em contraste, os valores para carnes e laticínios se mantiveram estáveis, próximos aos níveis de julho.
O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 98,7 pontos em agosto, 1,8 ponto (1,9%) acima de julho e 6,5 pontos (7%) acima do verificado em agosto de 2019. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais sorgo, cevada, milho e arroz foram os que mais subiram.
Os preços do sorgo aumentaram significativamente pelo segundo mês consecutivo, 8,7% a mais que em julho e 33,4% acima do nível de agosto de 2019, "principalmente devido à forte demanda de importação da China", destaca a FAO. O mesmo ocorreu com os preços da cevada, que subiram 3,2% na comparação mensal, "refletindo ritmo mais rápido nas exportações da Argentina para a China".
"As preocupações com as perspectivas de produção agrícola nos Estados Unidos após os recentes danos às safras em Iowa, elevaram os preços do milho em mais 2,2% em agosto. Os preços internacionais do arroz também subiram, após dois meses de quedas sucessivas, sustentados por disponibilidades sazonalmente restritas e aumento da demanda africana. No mercado de trigo, os preços de exportação aumentaram, embora mais devagar, uma vez que as perspectivas de menor produção na Europa e o aumento do interesse de compra começaram a elevar os preços no final do mês", explica o relatório da FAO.
O levantamento mensal também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 98,7 pontos em agosto, alta de 5,5 pontos (5,9%) em comparação com julho, o nível mais alto desde janeiro deste ano. Segundo a entidade, valores de óleo de palma mais firmes e preços mais elevados de soja, semente de girassol e óleo de colza contribuíram para o resultado. "O aumento dos preços internacionais do óleo de palma reflete a desaceleração da produção nos principais países produtores que, combinada com a firme demanda global de importação, deve resultar em níveis de estoque reduzidos. Enquanto isso, os valores do óleo de soja continuaram a aumentar em meio a uma absorção melhor do que o previsto pela indústria de biodiesel dos EUA", avalia.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços de lácteos teve uma média de 102 pontos em agosto e permaneceu quase inalterado em relação a julho e até 1,7 ponto (1,7%) acima em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Em relação ao subíndice de Carnes, não houve praticamente alteração em relação ao valor de julho, apresentando média de 93,2 pontos em agosto, mas apresentando queda de 9,1 pontos (8,2%) ante o verificado no mesmo mês do ano passado. Conforme a FAO, no mês de agosto, "as cotações da carne bovina e de aves caíram, devido ao menor ritmo de importação, apesar da redução no abate de animais e no processamento nas principais regiões produtoras". Já os preços da carne ovina caíram por causa da fraca demanda de importação. Em contraste, os preços da carne suína subiram após quatro meses de quedas consecutivas, impulsionados pelas importações da China.
A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do açúcar ficou, em média, em 81,1 pontos em agosto, alta de 5,1 ponto (6,7%) em comparação com julho e 4,9 pontos (6,4%) acima do registrado em agosto de 2019.
"O último aumento mês a mês refletiu a perspectiva de uma redução na produção devido às condições meteorológicas desfavoráveis na União Europeia (UE), bem como na Tailândia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo. A forte demanda de importação de açúcar pela China, impulsionada pelo aumento do consumo interno, deu suporte adicional aos preços. No entanto, as expectativas de uma safra abundante de açúcar na Índia contiveram a extensão do aumento de preço", conclui a FAO.
 

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