ESTATAL

Petrobras vai vender restante de participação na BR Distribuidora

Conselho de Administração da estatal aprovou, nesta quinta-feira (27/8), a proposta de venda dos 37,5% remanescente do capital social por meio de uma oferta pública secundária de ações

A Petrobras, que no ano passado vendeu 30% da sua participação de cerca de 70% na BR Distribuidora, anunciou, nessa quarta-feira (27/8), que o conselho de administração aprovou a venda dos 37,5% remanescentes do capital social por meio de uma oferta pública secundária de ações.

O momento de lançamento da oferta será definido posteriormente, e está sujeito, entre outros, “às condições de mercado, à aprovação dos órgãos internos da Petrobras, notadamente quanto ao preço, e à análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e demais órgãos reguladores e autorreguladores, nos termos da legislação aplicável”, informou a companhia.

Segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, o movimento faz sentido para as duas empresas, tanto para Petrobra que “toca com sucesso” o seu plano de desinvestimentos quanto para a BR, que vai ter mais ações em circulação e “sua liquidez vai melhorar”. “A distribuidora vai ficar mais livre para fazer atuar no mercado de distribuição de combustíveis. Tem saído dos postos, fechou parcerias com aplicativos e instituições”, destacou.

O especialista explicou que, antes, a BR tinha amarras muito fortes por conta de ser estatal. “As condições de contratação de funcionários era diferente, o poder de barganha com fornecedores também”, explicou. Arbetman disse que, desde de julho de 2019, quando deixou de ser estatal, com a venda inicial da participação da Petrobras, a BR vem se transformando. “Antes da crise, fez um PDV (plano de demissão voluntária) e adotou uma série de medidas que podem dar mais eficiência operacional”, ressaltou.

Com a saída por completo da Petrobras na estrutura, a BR terá maior flexibilidade em termos de governança e ganhos de eficiência operacional também na queda de custos, pontuou o analista da Ativa. “O movimento é feito num período importante, de grande liquidez na Bolsa de Valores, por conta do cenário de juros baixos”, afirmou.

Para Arbetman, o lançamento das ações pode ocorrer até o fim do ano. “A Petrobras não falou em tempo, mas a gente crê que até o fim do ano, mais precisamente em novembro, seja possível vencer todas as etapas do processa para realizar uma venda massiva de ações na oferta secundária”, completou.