Cerca de 167 milhões de contas vão ser beneficiadas pela distribuição de R$ 7,5 bilhões do lucro obtido pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 2019. A informação é da Caixa Econômica Federal, que vai detalhar quanto cada trabalhador vai receber por meio dessa medida a partir do próximo dia 31.
Todas as contas do FGTS que tinham algum saldo disponível em 31 de dezembro de 2019 serão contempladas pela divisão dos R$ 7,5 bilhões de lucro, que foi aprovada nesta terça-feira (11/08) pelo Conselho Curador do FGTS. O valor que será creditado em cada uma dessas contas, contudo, será proporcional ao saldo registrado no fim do ano passado.
Segundo a Caixa, o valor médio do crédito será de R$ 45. Porém, cada trabalhador vai poder consultar a parcela exata à qual terá direito a partir do próximo dia 31. A consulta deve ser feita por meio do extrato do FGTS, que está disponível no aplicativo do Fundo e no site da Caixa.
O banco, por sinal, também tem até o próximo dia 31 para creditar esses valores nas contas mantidas pelos trabalhadores no FGTS. O recurso, porém, só poderá ser sacado nas modalidades tradicionais de saque do Fundo. Isto é, em casos de demissão sem justa causa, aposentadoria, doença grave, financiamento imobiliário ou saque-aniversário.
Com o depósito, a rentabilidade do FGTS vai subir de 3% para 4,9% em 2019. A medida, portanto, garante um "ganho acima da inflação para o trabalhador", destacou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. "A rentabilidade alcançada pelo FGTS demonstra a boa gestão do Fundo e os benefícios gerados ao trabalhador brasileiro, que vão além da aplicação nos programas habitacionais, de saneamento, infraestrutura e saúde", comentou Guimarães.
Diferente do que ocorreu em 2018, quando 100% do lucro de R$ 12,22 bilhões foi repassado aos trabalhadores que têm contas no FGTS, contudo, o repasse desta vez não será integral. É que os R$ 7,5 bilhões que serão repassados aos cotistas representam 66% do lucro de R$ 11,23 bilhões do lucro de 2019 do FGTS.
A redução foi possível porque, no fim do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto que determinava a distribuição de 100% desses lucros e decidiu que o Conselho Curador do FGTS deveria definir a parcela desse repasse considerando a saúde financeira do fundo.
"O espírito é equilibrar duas políticas. A política habitacional de infraestrutura, que alimenta o setor produtivo, e, do outro lado, a remuneração positiva a esses trabalhadores", explicou o diretor do Departamento do FGTS do Ministério da Economia, Gustavo Tillmann, na reunião do Conselho Curador do FGTS que aprovou essa distribuição de lucros com os trabalhadores nesta terça-feira.