As distribuidoras de combustíveis enviaram, nesta quarta-feira (5/8), um pedido à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para que o órgão regulador reduza, temporariamente, o percentual obrigatório de biodiesel adicionado no óleo diesel, atualmente em 12%. O setor alega que a oferta nos leilões do biocombustível foi muito baixa, o que, além de provocar uma alta nos preços, também coloca em risco a quantidade necessária para a mistura.
O leilão começou hoje e alguns preços chegam a R$ 5 o litro sem impostos, quando o óleo diesel é vendido nas refinarias da Petrobras a R$ 2,60. Além disso, os distribuidores argumentam que há um custo logístico envolvido. Para não faltar combustível nos postos, o setor pediu à ANP uma redução temporária da mistura, a exemplo do que já ocorreu no mês de junho,quando baixou para 10%. “A solução de baixar a mistura é paliativa. A definitiva seria permitir a importação e a concorrência”, afirmou uma fonte ligada ao setor.
Para fazer biodiesel, os produtores de biocombustíveis usam óleo de soja, o que, em tese, não está em falta no mercado para provocar baixa oferta, sustentam as distribuidoras. “É uma estratégia, oferecer menos para elevar o preço”, continuou a mesma fonte. No total, as distribuidoras terão menos de 1,19 bilhão de litros, o menor volume de biodiesel colocado à disposição do mercado desde o L69, quando a mistura ainda estava no B11, ou seja, 11% de mistura obrigatória.
Procurada, a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) afirmou: “O leilão está ainda em curso e só poderemos nos posicionar após a conclusão do processo.” A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) elaborou um gráfico a partir de dados da ANP para mostrar a discrepância dos valores do litro do biocombustível em relação ao óleo diesel A S10. Veja a seguir: