O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) comentou na noite desta quarta-feira (26/08) a eventual saída do ministro da Economia, Paulo Guedes. Mourão defendeu a permanência do “Posto Ipiranga” e disse que Guedes tem a “resiliência necessária”. A declaração foi dada a um grupo de jornalistas na saída do Palácio do Planalto.
“O Guedes tem a resiliência necessária. Essa discussão aí está sendo travada dentro do governo. Eu não tô acompanho isso aí porque não faz parte das minhas funções. O mercado é aquela história. O mercado é o famoso rebanho eletrônico. Já viu gado né? Gado corre para um lado, corre para o outro. Isso faz parte. Acho que o Guedes está firme aí”.
O vice-presidente ainda completou: “O Paulo Guedes é ministro do presidente Bolsonaro. O Paulo Guedes sempre repete isso aí, que o presidente é que foi eleito, o Paulo foi selecionado por ele para conduzir a área da economia. Eu vejo dessa forma. O Paulo Guedes busca adaptar as decisões aquilo que o presidente coloca para ele”, ponderou.
A permanência do ministro foi posta em dúvida após o presidente Jair Bolsonaro ter exposto descontentamento na manhã desta quarta-feira (26/08) com a proposta do Renda Brasil apresentada ontem (25) pela equipe econômica, chefiada por Guedes. O chefe do Executivo afirmou que pediu a suspensão do anúncio do super pacote do Pró-Brasil que ocorreria no Palácio do Planalto porque segundo ele, “não poderia tirar dos pobres para dar a paupérrimos”. A declaração ocorreu durante a solenidade de religamento do Forno I da Usiminas, em Ipatinga.
“Ontem discutimos a proposta, a possível proposta do Renda Brasil. Eu ontem falei 'está suspenso'. Vamos voltar a conversar. A proposta como a equipe econômica apareceu para mim não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos. Não podemos fazer isso aí”, declarou.
Na proposta inicial de Guedes, o benefício do Renda Brasil, o novo Bolsa Família, teria o valor médio de R$ 247. O presidente por sua vez, espera que o ministro consiga aumentar a quantia, que a exemplo do auxílio, se bem sucedido, terá impacto positivo em sua popularidade. Bolsonaro também não quer arcar com o ônus político de tirar benefícios já concedidos a população mais carente para bancar o programa. Resta saber de onde virá a verba.
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