Mercado financeiro

Bolsa fecha semana estável enquanto dólar sobe 3,3%

No pregão desta sexta-feira, o Ibovespa teve leve alta de 0,05%, aos 101.521 pontos e a moeda norte-americana se valorizou mais 0,95% cotada em R$ 5,605

Simone Kafruni
postado em 21/08/2020 18:45
 (crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)
(crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)

Após volatilidade durante a semana, o principal índice de rentabilidade da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Ibovespa, fechou praticamente estável nesta sexta-feira (21/8), anulando as perdas no fim do pregão, com leve alta de 0,05% em 101.521 pontos. O dólar, no entanto, continuou a escalada de alta, com valorização de 0,95%, cotada em R$ 5,605. A moeda norte-americana acumula ganho semanal de 3,31% sobre o real, enquanto o Ibovespa teve oscilação mínima, de 0,17%. Abriu com 101.350 pontos na segunda-feira e fechou a semana em 101.521 pontos.

O que fez os investidores retomarem o otimismo no fim do pregão foi a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a possibilidade de recuperação da economia em forma de V após os dados do Caged apontando para a criação de mais de 131 mil vagas de trabalho em julho.

Conforme Davi Lelis, assessor da Valor Investimentos, o Ibovespa patinou durante a semana, mas não houve nenhuma debandada. “Foi uma semana de balanços. O resultado do Magazine Luiza ajudou muito na valorização dos papéis da empresa. Mesmo em cenário caótico, está batendo altas históricas”, comentou.

Lélis disse que houve muita volatilidade durante a semana por conta da derrubada do veto presidencial sobre reajuste de servidores pelo Senado na quarta-feira. Na quinta, no entanto, a Câmara dos Deputados garantiu a manutenção do veto, acalmando os mercados. “O lobby forte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, trouxe otimismo”, explicou.

Segundo o especialista, o mercado sente as pressões externas, tanto para cima quanto para baixo. “O mercado externo influencia cada vez mais. Do lado positivo, a Apple, nesta semana, atingiu o maior valor de mercado, de US$ 2 trilhões, mais do que todas as empresas listadas da B3, e mais do que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro”, ressaltou. Do lado negativo, há a tensão em torno das eleições dos Estados Unidos.


Câmbio

 Enquanto a Bolsa andou de lado, o dólar segue a trajetória ascendente, mesmo com várias intervenções do Banco Central (BC) nesta semana. Na segunda-feira, a autoridade monetária fez dois leilões, na quinta-feira outros dois spot, somando mais de US$ 1 bilhão, e, nesta sexta-feira, mais um à vista.

Para o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, falta liquidez de dólar no mercado. “Vimos o BC entrar, fez dois leilões ontem e dois no começo da semana e outro hoje, mas isso não está suprindo a necessidade do mercado, porque tem colocado lotes pequenos. O Paulo Guedes (ministro da Economia) disse que o dólar pode ir para R$ 5,80. O mercado quer chegar nos R$ 6, está se posicionando e apostando”, afirmou.

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