O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as exportações do agronegócio para a China vão ajudar a amenizar o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano. Ele acredita que as exportações agrícolas só tendem a crescer. Por isso, a equipe econômica está trabalhando em projetos que tentam dar mais previsibilidade ao setor, como o fortalecimento dos mercados de seguros e de opções.
Guedes participou do Fórum de Incentivo à Cadeia Leiteira, promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Ele disse que o setor praticamente não sentiu o choque externo da crise causada pela pandemia do novo coronavírus por conta das exportações para a China, que praticamente compensaram a redução dos negócios com a Europa, os Estados Unidos e a Argentina, no primeiro semestre.
“Estamos redirecionando as exportações, de forma que, no primeiro semestre, ficamos praticamente no mesmo patamar do ano passado”, afirmou Guedes. Ele disse que, por conta disso, o choque externo do setor, que poderia reduzir em cerca de 3% o PIB do Brasil neste ano acabou não sendo sentido.
A expectativa do ministro é que as exportações do agronegócio, que têm se mostrado competitivo globalmente, cresçam ainda mais com o passar do tempo. Os produtores de leite, representados pela deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR), compartilharam do otimismo do ministro. Porém, pediram apoio do governo a projetos que possam reduzir os custos e dar mais previsibilidade ao setor.
Garantias
Para Guedes, é preciso trabalhar para reduzir os custos da energia e da logística e indicou ser possível facilitar a importação de máquinas e equipamentos para o setor. O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse que o governo vem trabalhando em três frentes para aumentar a previsibilidade dos negócios no campo: o fortalecimento do mercado de seguros; a oferta de instrumentos de mercado para a negociação de contratos futuros de preços; e a criação de um banco de dados sobre custos regionais de produção.
A ideia é oferecer mais opções de seguros de renda e de seguros sanitários para o setor e também facilidades no mercado de opções. “Estamos trabalhando para que, em um horizonte próximo, o produtor possa ir a qualquer banco para comprar uma opção e garantir o preço futuro”, adiantou Sachsida.
Já o banco de dados dos custos regionais de produção visa dar parâmetros sobre o preço dos insumos necessários à produção agropecuária nas diferentes regiões brasileiras e será construído com base em notas fiscais eletrônicas. “Não temos como controlar os preços, então queremos parametrizar. Vamos ter os dados regionalizados, e isso vai facilitar a negociação, porque os produtores vão saber o custo da sua produção”, explicou o subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri.
“Estamos nos levantando da queda, mas de forma alguma isso é uma retomada ou crescimento sustentável. Em comparação ao ano passado, todos os indicadores estão em queda”
Simone Pasianotto, da Reag Investimentos
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.