Em meio ao processo de reabertura gradual da economia, na esteira da pandemia do novo coronavírus, as concessões dos bancos no crédito livre subiram 12,3% em junho ante maio, para R$ 284,7 bilhões, informou nesta quarta-feira, 29, o Banco Central. No primeiro semestre, o avanço acumulado foi de 5,4% e, nos 12 meses até junho, de 11,2%.
Esses dados, apresentados nesta quarta-feira pelo BC, não levam em conta ajustes sazonais. Os números são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas, em especial nos meses de março e abril.
Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda algumas linhas de crédito nos bancos. No entanto, seguem as reclamações, em especial entre empresas, de dificuldades de acesso a crédito neste momento de crise.
O BC não divulga dados sobre o quanto a procura por crédito aumentou - mas apenas o quanto foi concedido. Em junho, no crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 14,3%, para R$ 144,1 bilhões. Em 12 meses até junho, há alta de 7,2%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões avançaram 10,3% em junho ante maio, para R$ 140,6 bilhões. Em 12 meses até maio, o avanço é de 15,7%.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, reconheceu que o custo dos empréstimos via cartão de crédito continua muito caro e orientou o consumidor a evitar ficar pendurado no rotativo. "As taxas permanecem muito elevadas. Existem diversas outras linhas de crédito com juros e condições melhores. Os clientes bancários devem buscar esses financiamentos em vez de se endividar no rotativo", aconselhou.