Depois do rali dos últimos dias, o mercado acionário dos Estados Unidos passou por uma realização de lucros nesta terça-feira, 9, e, com isso, as bolsas de Nova York fecharam sem direção única. O índice Nasdaq, no entanto, impulsionado por ações de empresas de tecnologia e serviços de comunicação, renovou a máxima histórica de fechamento e chegou a operar acima dos 10 mil pontos durante o pregão.
O índice Dow Jones encerrou em baixa de 1,09%, a 27.272,30 pontos, e o S&P 500 recuou 0,78%, a 3.207,18 pontos. O Nasdaq, no entanto, subiu 0,29%, a 9.9953,75 pontos, nova máxima histórica de fechamento, depois de ter ultrapassado os 10 mil pontos durante o pregão.
"Após vários dias de ralis incansáveis, os ativos de risco estão claramente sob alguma pressão para realização de lucros, à medida que os traders conseguem ganhos em níveis-chave", comenta o analista Boris Schlossberg, da BK Asset Management. "A precificação de 'risk-off' de hoje parece ter sido desencadeada pela realização de lucros", comentam analistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH), na mesma linha.
Ações de empresas de tecnologia e de serviços de comunicação, porém, seguiram em alta. Os papéis da Amazon subiram 3,04% e os do Facebook avançaram 3,14%. A Apple fechou com ganhos de 3,16%, depois da informação divulgada pela Bloomberg de que a companhia pode anunciar uma mudança para colocar seus próprios microchips nos computadores Macs.
A ação da Boeing, por outro lado, caiu 5,97%, após a Comissão Europeia informar que espera para julho uma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre subsídios dos EUA à companhia, o que pode levar a sanções, caso a OMC entenda que houve tratamento preferencial.
No S&P 500, os únicos subíndices que fecharam em alta foram os de tecnologia (+0,48%) e de serviços de comunicação (+0,18%). As perdas foram lideradas pelos setores de energia (-3,59%) e industrial (-2,51%).
"Esse poderoso rali em ações em dias recentes, juntamente com a realidade econômica ainda muito negativa, continua a confundir muitos observadores do lado de fora do mercado e, acreditamos, tem o potencial de alimentar a agitação social", alertam analistas do BBH. O banco americano, no entanto, ressalta que os fatores determinantes para o otimismo nos mercados são os estímulos fiscais e monetários "maciços", notícias específicas de setores como o de tecnologia e os processos de reabertura econômica.
Nesta quarta-feira, 10, o mercado irá acompanhar a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Para analistas, a instituição deve manter os juros na faixa entre 0% e 0,25% ao ano.