Ter sido indicado ao Oscar pela melhor canção original de Diane Warren é dos méritos menores, dentro da proposta do longa Elas por elas, feito por segmentos que projetam talentos femininos no cinema. Ao todo, o longa acolhe criações de oito diretoras que comandam sete tramas, uma delas na linha da animação. O tema da dependência química, sob a ótica de uma personagem real, Kim Carter, está no curta Pepcy e Kim, estrelado por Jennifer Hudson e dirigido, com tonalidade gritante, por Taraji P. Henson (atriz de O curioso destino de Benjamin Button). Numa linha muito mais comedida, a japonesa Mipo Oh, em Uma semana em minha vida, revela o atribulado cotidiano de Yuki (Anne Watanabe, perfeita), uma desgastada mãe de duas crianças. No filme, aflora um aspecto mais humano, para a quase mecanizada mãe.
Estrelado pela experiente Margherita Buy, o curta Tácito se detém em tom de sororidade e denúncia, ao mostrar a perspicácia da veterinária Diana. Quem assina a história é Maria Sole Tognazzi. No desenvolvimento, a percepção feminina entra em jogo, quando um cachorro dá entrada na clínica, com sérios ferimentos.
A verve musical de Bollywood está delineada na bela experiência estética de Compartilhando uma corrida, em que a personagem Divya confronta preconceitos, ao topar com uma jovem trans. Noutro curta, vem à tona a vida real de Susan Partovi, doutora interpretada na tela por Marcia Gay Harden. Com enredo situado na pandemia, o filme revela a ajuda prestada à perturbada Validation (Cara Delevingne), uma moça beneficiada por um ocasional resguardo em hotel, durante a covid-19. Finalmente, em Lagonegro, conduzido pela argentina Lucía Puenzo, delicadeza e sensibilidade despontam numa história que une uma atribulada arquiteta, uma babá e uma menina órfã.