A alegria dos foliões não para. Entre intermináveis bloquinhos de rua e coloridos desfiles existe quem não se encante pela purpurina, pelos hits do verão ou pelas marchinhas, evitando as programações do período. Entretanto, para esses, ainda sobram diversas opções alternativas de folia, como o clássico Carnarock, que ocorre agora, pela 21ª vez, no Downtown, dentro do clube Asceb, na 904 Sul.
O evento é um dos mais antigos festivais de rock de Brasília ainda em atividade e acontece este ano, pela primeira vez, desde o início da pandemia. A festa começa hoje e dura até terça-feira, com apresentações que vão dos grandes ingleses dos anos 1960 até bandas autorais consolidadas de Brasília e do entorno.
Nos três primeiros dias, desta sexta-feira (17/2) a domingo (19/2), quem brilha são os clássicos. Iron Maiden, Black Sabbath, Death, Slayer, Nirvana e Pearl Jam são algumas das 25 bandas e artistas que serão homenageados por 14 covers candangos, a partir de 20h. O objetivo é unir as tribos e as gerações que aqui convivem, na capital do rock.
A banda Spiritual Healing, que toca hoje, se propõe a reproduzir fielmente a obra extremamente técnica de Chuck Schuldiner, fundador do projeto de metal Death. "Quanto mais complexa a música, mais o público presta atenção na execução, e isso nos aproxima e conecta mais intimamente com a galera", conta o vocalista e guitarrista PP Snake. "Cada faixa tem suas particularidades para cada membro, seja a bateria complexa de Symbolic, as notas minuciosas de Lack of Comprehension ou o baixo com tempo quebrado de Spirit Crusher", destaca.
Na segunda-feira (20/2), as bandas autorais tomam as rédeas. Do hardcore ao death metal, Crushed Bones, Florbela, BlackSkull, Fleshpyre Nightwölf, Desonra, Evil Breath e Autoextermínio se apresentam a partir das 18h. Na terça-feira, o Carnarock se une ao coletivo feminino Sinta a Liga e dedica o dia às bandas com integrantes mulheres. Ingárden, Xavosa, Niilismo, Ruptura, Kidsgrace, Blasterror, Todas! e Eufhemia fecham o festival no mesmo horário do dia anterior.
"Quantas vezes não escutei que mulher não serve para tocar metal?", apela Débora Silva, baixista e vocalista da banda de grindcore Blasterror. "Hoje, eu posso, tocando, ser uma inspiração para outras minas", se orgulha da participação na cena de música extrema do DF. A programação completa do festival pode ser conferida nas redes sociais da Mosh Produções.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco