Crítica

'Limonov: o camelão russo' explora a complexidade da vida e obra do autor

O polêmico escritor soviético ganha retrato forte e político nas lentes do diretor Kirill Serebrennikov

 Limonov: O camaleão russo -  (crédito:  Andrejs Strokins/Pandora Filmes)
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Limonov: O camaleão russo - (crédito: Andrejs Strokins/Pandora Filmes)

Pernóstico, polêmico, revolucionário, duro, político e ríspido: além de tudo isso, um poeta — este é o retrato de Eduard Limonov, russo que viveu até 2020. Concentrado, inicialmente, no romance mantido com Elena (Viktoria Miroshnichenko), a narrativa de Kirill Serebremikov (de O estudante) abusa do senso de liberdade do futuro homem considerado terrorista e que é interpretado com correção por Ben Wishaw. À frente de palestras e de excessos na bebida e no sexo, o admirador de personalidades como Jim Morrison, Andreas Baader e Lênin via o capitalismo como "uma m. violenta" e tinha certeza de que "a história não acabava".

Corrosivo nos textos do periódico Limonka, ele, que circulou por Nova York e Paris, fazia valer a granada associada a seu codinome. Nacionalista e com a sexualidade em brasa, Limonov era guerrilheiro que, ao menos nas palavras, não temia afundamentos "em sangue". Com quê meio improvisado e doses de imagens apoteóticas, o filme inflama. O roteiro vem assinado por Emmanuel Carrère (autor de livro sobre o cinebiografado), Ben Hopkins e Pawel Pawlikowski (cineasta indicado ao Oscar por Guerra fria). Radical e cheio de delírios, até em entrevistas, Eddie tira o crédito de pólvora de qualquer podcast contemporâneo. (RD)

 


postado em 18/04/2025 07:06 / atualizado em 18/04/2025 10:42