
O hiato de uma década do Teatro Mágico não foi o suficiente para fazer o público brasileiro esquecer de uma das principais bandas da cena independente nacional. Celebrando 20 anos de estreia, o grupo cai novamente na estrada e desembarca na capital, neste sábado (5/4), para apresentação única no Opera Hall. O show também marca o retorno da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju, responsável pela abertura da noite.
Intitulada Reencontro, a turnê é recheada de surpresas para o público, além da participação especial de Jeff Coffin, saxofonista do Dave Matthews Band. Faixas lado B e grandes sucessos da carreira compõem o repertório do show, enquanto os principais artistas que marcaram a história da banda, incluindo circenses e personagens como o cidadão de papelão, marcam presença durante a performance.
"No Teatro Mágico, não dá para ser só músico, tem que saber dançar e atuar em cima do palco. Durante o show, o elenco que faz a parte do circo de repente está lá no fundo, tocando algum instrumento, é tudo uma coisa só, e é raro de ver isso hoje em dia. Eu acho muito bacana que a gente ainda consegue manter viva essa poética", avalia o vocalista Fernando Anitelli.
Referência de projeto musical independente, o Teatro Mágico, segundo o artista, também se destaca pela musicalidade e poética das composições. "Hoje em dia, a gente vê músicas com letras muito parecidas umas com as outras, sem dizer muita coisa. A sensação é que ficou tudo meio pasteurizado", opina o cantor. "Eu sinto que a gente precisa cantar músicas que tocam nosso coração, que façam a gente repensar alguns valores e sejam carregadas de uma poesia transformadora", acrescenta.
Apesar da turnê Reencontro ser o principal foco da banda atualmente, a série de shows é apenas o início de uma nova fase. "A gente já tem várias coisinhas guardadas na caixinha. Riffs, letras, músicas pré-prontas e outras ideias que, mais para frente, a gente vai querer abrir para o público também", adianta Fernando.