
Crítica // Quando chega o outono ★★★
Jardim, toras de lenha, horta — tudo no idílico cenário da Borgonha, em que vive Michelle (Hélène Vincent) — traz a ambientação, à primeira vista, acolhedora, na retirada casa da mãe de Valérie (Ludivine Sagnier) e ainda avó de Lucas (Garlan Erlos). Nada disso se confirma, com o roteiro do diretor François Ozon e ainda o colaborador dele Phillipe Piazzo. Ozon tem extensa ficha relacionada a cinema e crime, haja vista Swimming pool (2003), Dentro de casa (2012), O crime é meu (2023), Está tudo bem (2021), O amante duplo (2017) e 8 mulheres (2002).
Tratado como filho de Michelle, Vincent (Pierre Lottin) goza ainda da comum situação (da protagonista) de ter um passado que o condena. Filho de Marie-Claude (Josiane Balasko), ele é a razão de ser da frase da mãe dita à amiga: "Com filhos, fracassamos miseravelmente". Envenenamento, mortes, cogumelos e a posse de uma casa estarão no caminho da narrativa, com set impecável e admirável organização no desdobramento de fatos.