
Um dia ser comer carne — é o que propõe o Dia Mundial sem Carne, celebrado ontem. A data, comemorada, anualmente, em 20 de março, surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos, e busca trazer luz ao debate do sofrimento animal e dos prejuízos ambientais e sociais da indústria, além da importância da adoção de hábitos mais saudáveis e sustentáveis.
Segundo a nutricionista Leya Mangabeira, a redução do consumo de carne gera uma melhora da saúde cardiovascular e a redução do risco de doenças crônicas. Outro benefício é o aumento do consumo de fibras, que ajudam na digestão, controlam o colesterol e a glicemia, e promovem a sensação de saciedade.
Leya, no entanto, alerta a importância de um acompanhamento nutricional aos que desejam aderir a uma dieta com restrição de carne, para evitar deficiências nutricionais e preservar a saúde muscular. "É fundamental garantir uma ingestão adequada de proteínas de alta qualidade, combinando fontes vegetais como leguminosas, cogumelos, whey protein, oleaginosas e cereais integrais", afirma.
Do ponto de vista ambiental, uma dieta sem carne contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa, desmatamento e uso excessivo de água, ajudando na preservação dos recursos naturais e no combate às mudanças climáticas.
De acordo com uma pesquisa do Observatório de Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), de 2023, 38,3% da população do Distrito Federal tenta evitar ou reduzir o consumo de carne.
Tradição na cidade
Um dos primeiros restaurantes vegetarianos da Asa Norte, o Amor à Natureza foi inaugurado em 1987 e desde então é uma das principais escolhas do público brasiliense que busca uma dieta sem carne. A casa funciona sob regime de bufê (R$ 88,90/kg) e oferece opções veganas, sem lactose e sem glúten.
Alguns dos destaques do menu são a torta de cebola, a torta de banana vegana, a feijoada vegana e as versões vegetarianas de almôndega, quibe e ceviche, este último feito à base de banana-da-terra, manga e suco de laranja.
Pioneirismo vegano
Primeiro food truck vegano do Centro-Oeste, o Apetit Natural rapidamente fez sucesso em Brasília — em 2017, dois anos após o início do projeto, o restaurante já ganhou endereço fixo, na 407. A casa funciona com opções à la carte e bufê (R$ 78,90), às quartas, o quilo sai por R$ 63,90.
Um dos principais destaques do menu é o espetinho de churrasco de seitan (R$ 14,90), receita autoral de dona Sônia, matriarca da família responsável pela casa. Outras pratos que chamam atenção são as pizzas e os salgadinhos veganos.
Da embalagem para o prato
Há mais de uma década, a 204 Norte é ponto de encontro do público vegano. No Vegan-se, é possível encontrar um cardápio de pratos executivos sem ingredientes de origem animal, além de opções congeladas à base de ingredientes naturais e sem conservantes, majoritariamente orgânicos e de produtores locais. No quesito delivery, a prioridade é pelas embalagens compostáveis, que, depois de utilizadas, viram adubo. Os destaques da casa começam pelos aperitivos, com a popular coxinha de jaca (R$ 15 — 10 unidades). Entre as opções de pratos principais, o restaurante oferece o bobó de shimeji (R$ 39,20), com mandioca, arroz integral, farofa e couve refogada, e o estrogonofe vegano (R$ 42,90), de seitan com creme de castanha de caju, arroz branco e batata palha.
Comida temática
Inaugurado em 2014, o Faz Bem chegou a Brasília com a ousada proposta de ser a primeira casa 100% vegana da cidade. Ao longo de mais de uma década, o restaurante abraçou os alimentos orgânicos e promoveu o consumo das PANC (plantas alimentícias não convencionais), construindo uma rede com produtores locais, orgânicos e agroecológicos.
O estabelecimento funciona sob regime de quilo (R$ 76,90/kg), com destaque para os bufês de culinárias temáticas, como o asiático, por exemplo, com rolinho primavera, refogado oriental, curry de lentilha e sunomono. Há também as versões veganas de pratos mexicanos, como fajitas, chilli de feijão carioca, proteína de soja, nachos de milho e salada de feijão vermelho.