
Crítica // O bom professor ★★★
Educação é tema caro ao cinema, como atestam fitas como Entre os muros da escola (em 2008, candidato a melhor filme internacional e ainda vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes) e Sociedade dos poetas mortos (com papel inesquecível para o Capitão Robin Williams). No recente longa de Teddy-Lussy Modeste, de certo modo, é o professor Julien (François Civil) qum terá a aprender com a classe. Sihem e Océane, alunas, despontarão como elementos complexos de maldade. Mas, no fundo, Leslie (Toscane Duquesne), uma aquietada aluna, será o pivô das acusações de assédio que ele enfrentará.
Tal qual ocorreu com o personagem de Ryan Gosling (em Half Nelson, na pele do professor dependente químico), Julien travará confronto com o risco: liberal, animado e entrosado com o corpo discente, ele se envolverá, involuntariamente, em confusões pautadas por preconceito e desrespeito. Ao lado do marido Walid (Shaïn Boumedine) terá pouco respaldo de colegas de escola e da sociedade, no bojo.
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Coautora do roteiro de O acontecimento (envolvendo o aborto), Audrey Diwan se junta ao também roteirista Modeste, na narrativa de episódio (baseado em dados verídicos), e que esbarram em meios de condenação sem prova e falta de empatia. Desbocado, e capaz de confundir liberdade com libertinagem, nas classes Modibo (Bakary Kebe) será dos menores problemas para Julien. No afã de ser um professor exemplar, Julien provará da opressão de uma rede de mentiras. Sem reforço de estereótipos, ou mesmo ações forçadas, dono de certo comedimento no escândalo, o diretor embala um filme, por fim, alarmante.