
A linguagem do cordel, o ambiente carnavalesco e o mundo das fábulas de Hans Christian Andersen se encontram no musical Sonho encantado do cordel, em cartaz no sábado (22/2) e no domingo (23/2) no Teatro Unip. Sob a direção de Thereza Falcão, o espetáculo conta a história de Rosa, uma menina que queria ser cordelista, mas precisa vencer a resistência da mãe. Com enredo da carnavalesca Rosa Magalhães, morta em julho de 2024, Sonho encantado do cordel é o que a diretora chama de "uma incrível confusão fabulística" criada, primeiramente, para o sambódromo e, posteriormente, levada para o palco em um espetáculo para crianças, mas com potencial de envolver toda a família.
Embalados pelas músicas compostas por Chico César, Zeca Baleiro e Paulinho Moska especialmente para o musical, os 14 atores estão a serviço de uma trama na qual a menina Rosa dá um auxílio a Andersen na criação dos contos. Os famosos personagens do escritor dinamarquês desfilam pela peça em uma licença poética que tem também a turma do Sítio do Picapau Amarelo, criada por Monteiro Lobato. "Quando esse projeto chegou para mim, em 2020, eu já tinha trabalhado com a Rosa antes. O enredo dela trazia a figura de um repentista, que transformei em cordelista porque o cordel me daria essa transição entre mundos, essa conversa entre o passado e o presente. O cordel tem essas figuras fabulosas que se encontram nesse universo", explica Thereza.
A ideia da diretora não era contar as histórias de Andersen, mas trazer para a cena a essência dos contos. "Porque todos nós conhecemos essas histórias", explica. "Temos referências, como A roupa nova do rei, que representa a vaidade, a pretensão de sabedoria do imperador, e juntei isso com a pequena sereia, a rainha da neve, o patinho feio, todos numa única trama que vai alimentando a imaginação do Andersen. São os personagens dele alimentando ele para escrever, no futuro, tudo isso orientado pela Rosa."