
Por Ana Carolina Alves*—Com texto e direção de Marcos Damaceno, a peça Nebulosa de Baco, da premiada Cia. Stavis-Damaceno, chega a Brasília para temporada até 2 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A peça, que oscila entre o drama e a comédia, apresenta o intenso processo de duas atrizes, também personagens da trama, ao interpretarem os papéis de uma filha e seu pai. As sessões ocorrem de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h. Com exceção dos dias 8 e 9 de fevereiro, quando as sessões são às 17h30, e no dia 15, quando não haverá sessão.
Rosana Stavis e Helena de Jorge Portela dão vida às personagens da trama inspirada no universo de Luigi Pirandello, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. A peça, escrita durante a pandemia, se passa em uma sala de ensaio e coloca em cena uma atriz que não consegue chorar. Ajudada por outra atriz mais experiente, ela se prepara para atuar em uma peça sobre uma difícil relação familiar. Uma peça se emaranha dentro de outra, uma dramática, a outra cômica.
O espetáculo, que chama a atenção para o contraste entre os momentos engraçados e outros angustiantes, se equilibra entre o riso e o choro e, em alguns momentos, levanta questões delicadas e difíceis de se lidar, como os traumas causados pela violência e o abuso sexual na infância.
Stavis, considerada pela crítica especializada, uma das melhores atrizes do teatro brasileiro, fala sobre a experiência de vivenciar o teatro como profissão. "O teatro é uma arte viva é um espaço fascinante onde nos revelamos, revelamos nossos medos, vulnerabilidades". E complementa: "Essa peça não vai passar despercebida, o público vai sair transformado e refletindo sobre o tema".
O nome da peça, Nebulosa de Baco, tem origem na astronomia e mitologia. Nebulosa é a grande responsável pela formação de estrelas. Já Baco, na mitologia greco-romana, não é apenas o deus do vinho e do teatro; é ele quem inspira a transformação do caos interno em beleza e expressão.
Para contribuir com a acessibilidade, na peça, em 14 de fevereiro, haverá um intérprete de Libras na sessão. No dia, contará com audiodescrição e, dia 22, a sessão terá monitores para acolhimento de pessoas neurodivergentes.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
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