Artes visuais

Exposição no CCBB propõe um outro olhar sobre a loucura

Exposição no CCBB reúne 90 obras do Museu do Inconsciente, criado pela doutora Nise da Silveira. No MAB, o destaque é a mostra do desenhista Darel Valença Lins

Emydgio de Barros: as imagens narram situações vivenciadas e se afirmam como arte  -  (crédito: Divulgação)
Emydgio de Barros: as imagens narram situações vivenciadas e se afirmam como arte - (crédito: Divulgação)

A exposição Nise — A Revolução pelo Afeto apresenta o trabalho da psiquiatra e arte-educadora Nise da Silveira, que revolucionou o tratamento de doentes mentais na década de 1940 ao introduzir a arte e pintura como uma metodologia para ajudar os pacientes. Em cartaz no CCBB, a mostra reúne um precioso acervo de cerca de 90 obras, destacando a produção do Museu de Imagens do Inconsciente.

A mostra é dividida em três núcleos, com início na trajetória dela, que, por volta de 1940, começou a trabalhar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro. Como não concordava com práticas como a lobotomia e os eletrochoques, principais opções para o tratamento de doentes mentais na época, Nise mudou o rumo ao criar um ateliê de arte para incentivar os internos a trazer à tona as imagens do inconsciente.

Outro núcleo da exposição traz uma simulação do ateliê criado por Nise. A revolução do afeto combina obras do Museu do Inconsciente, criado por Nise em 1952 para receber a produção dos internos do Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, e de artistas contemporâneos. Reúne trabalhos de nomes como Carlos Pertuis, Fernando Diniz, Adelina Gomes e Emygdio de Barros, que eram internos do hospital, ao lado e criações de Rafa Bqueer, Tiago Sant'Ana, Abraham Palatnik, Lygia Clark, Leon Hirszman e Carlos Vergara .

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

 


Maria Luísa Vaz
postado em 03/01/2025 00:01 / atualizado em 03/01/2025 10:33
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